Depois de completar três anos de existência, mais uma vez o Misurato muda de aparência...

Mas, para variar, o objectivo principal deste Blog continua a ser o mesmo: divulgar a actividade musical em Portugal... Concertos, Festivais, Congressos, Conferências, Concursos, Novidades, Publicações...

Mas como não é fácil estar sempre em cima do acontecimento e às vezes o tempo acaba por escassear, qualquer sugestão dos leitores é uma mais valia para este Blog.

Deixem os vossos comentários e sugestões!

A todos os que são habituais seguidores e àqueles que visitam o Misurato pela primeira vez, Muito Obrigada pela Visita!!!!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

«Nasceu Zip. Ar fresco nos barracões da RTP»: O papel do programa Zip-Zip na divulgação da música em Portugal no final da década de 1960





Próximo Sábado, dia 31, 16h, Serviço Fonoteca, Biblioteca Orlando Ribeiro, Telheiras, Lisboa
Na passada segunda-feira, dia 26 comemorou-se o 45º aniversário da estreia do Zip-Zip... Pela primeira vez, a canção de intervenção pôde ser transmitida pela televisão!











sábado, 26 de outubro de 2013

Festival RTP da Canção


O Festival RTP da Canção (FRTPC) é o concurso televisivo com maior longevidade em Portugal. A primeira edição do então Grande Prémio da Canção Portuguesa, em 1964, a partir dos Estúdios da RTP no Lumiar, possibilitou a participação portuguesa no Festival Eurovisão da Canção, organizado pela plataforma de troca de conteúdos televisivos - a Eurovisão desde 1956. Nos quase quarenta anos de história, o Festival RTP da Canção divulgou nas fases finais cerca de 450 canções originais e inéditas, proporcionando a visibilidade de mais de 400 cantores e mobilizando milhares de artistas e técnicos. Este concurso atravessou os momentos cruciais da história portuguesa recente, acompanhando a transição da ditadura para a democracia. Ao longo deste período, a televisão foi veículo de novas ideias e, consequentemente, o Festival foi reflexo das mudanças políticas e sociais.
Em 2013, alegando condicionantes económicas, a RTP toma a decisão de não realizar a 49.ª edição do concurso.


Com a investigação que estou a realizar para a minha Tese de Doutoramento, pretendo perceber qual a importância deste concurso aos níveis nacional e internacional, abordando este fenómeno musical de diferentes prismas, com base em conceitos como identidade, national display, national branding, entre outros.

Tenho estado a recolher o máximo de informação possível e, por isso, aproveito este espaço para pedir o apoio dos leitores do Misurato... Qualquer informação é um contributo importante...


Desde já, muito obrigada!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

2. º Seminário Música, teoria crítica e comunicação (MTCC)

Relembro o 2.º Seminário Música, teoria crítica e comunicação. A próxima sessão decorrerá no dia 26 de Junho, quarta-feira, pelas 16h, na Sala 1.06 do Edifício I&D da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
A entrada é livre.

Luís Santos, Os discursos críticos em torno do Concurso de Música Portuguesa organizado pela Sociedade de Música de Câmara em 1909


Mariana Calado, Correspondência entre Francine Benoît e Francisco Fernandes Lopes


Helena Lopes Braga, A três: Francine Benoît, Arminda Correia e Maria da Graça Amado da Cunha


Fico muito contente por ver estes meus colegas (já de alguns anos) a divulgar a sua produção científica...



quinta-feira, 13 de junho de 2013

"Building Bridges": Celtic Music Festivals in Galicia and Northern Portugal

No próximo dia 20 de Junho, pelas 18 horas, no Auditório 3 (Piso 5, Torre B) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, o Colóquio  "Building Bridges": Celtic Music Festivals in Galicia and Northern Portugal, por Salwa Castelo-Branco, Dulce Simões, Ana Alarcón (INET-MD) e Susana Moreno (Universidad de Valladolid).

Mais Informações: Website INET-MD



segunda-feira, 3 de junho de 2013

Até que enfim...

Normalmente não publico posts acerca de política... Mas isto vai para além da política...

Alguém com dados credíveis, com um discurso objectivo... Com questões de fundo...

Estou a ver... E por enquanto recomendo...

CANA Q (do meo): O que fica do que passa - T.4 - Ep.35 com Raquel Varela.
http://videos.sapo.pt/rc2rKJHQsyYoeVo6pC47

Colóquio Internacional: Instrumental Music in the Iberian World 1760-1820

De 14 e 15, na Fundação Calouste de Gulbenkian, e dia 16 de Junho, na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, realiza-se o Colóquio Internacional Instrumental Music in the Iberian World 1760-1820, numa organização da Universidade de Évora (UnIMeM: Projecto de Investigação “Estudos de Música Instrumental 17551840”), da Universidad de La Rioja (Grupo de Investigación “Música en España en la Edad Moderna”) e da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/INETMD: Grupo de Investigação “Música Erudita na perspectiva dos Estudos Culturais”).




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O Grupo de Investigação “Música Erudita na perspectiva dos Estudos Culturais" do INET-MD que enquadra o projecto científico “Estudos de Música Instrumental, 1755-1840”, financiado pela FCT, «enquadrado pela Unidade de Investigação de Música e Musicologia (UnIMeM) da Universidade de Évora com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, propõe-se estudar (a) fontes e fundos musicais, com consequente catalogação disponibilizada em base digital de acesso livre; (b) os reportórios; (c) a circulação da música e dos músicos; (d) a estrutura dos mercados da música e dos instrumentos em Portugal; (e) os diferentes contextos de apresentação da música instrumental

No site deste Grupo poderá encontrar mais informações acerca do Colóquio.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Revista Glosas


«A glosas é uma revista quadrimestral dedicada à divulgação do património musical de cultura lusófona, com destaque para a música de tradição erudita ocidental.
Dirige-se a um público diversificado, desde o melómano ao músico profissional, procurando assim reunir todos os cidadãos na redescoberto do passado e na mútua construção do presente.»

Acesso em Linha...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Morre o realizador do Zip-Zip


Partilho convosco o artigo publicado pelo Jornal O Público, no dia 6 de Abril, por Jorge Mourinha e Marisa Soares.
«Antes de cada nova emissão, dizia aos colegas: “Fala o comandante, vamos levantar voo”. Quando abandonou a RTP em 2007, disse: “Meus senhores, vamos aterrar”. Luiz Andrade, uma das figuras-chave da televisão em Portugal, faleceu ao início da tarde deste sábado em Lisboa, onde se encontrava hospitalizado há alguns dias.
A RTP era a sua “família” e, mesmo depois de se ter “reformado” da estação continuava a ser “da família”. Não apenas por os seus três filhos terem feito carreira no canal público – Serenella, locutora e apresentadora, Hugo, responsável pelo canal de cabo RTP Memória, promovido a actual director de programas, e Ricardo, também profissional da estação.



É que, como com poucos outros, a história da televisão em Portugal é indissociável dos 44 anos que Luiz Andrade passou na RTP, de 1963 a 2007. “A minha mulher costuma dizer que eu me casei com a RTP e não com ela”, disse quando abandonou a direcção de programas em 2005. Num comentário feito à Antena 1, Margarida Mercês de Mello, que conviveu com Andrade quando se iniciou na estação na década de 1970 como locutora de continuidade, lamentava que não existisse nenhum registo das recordações do antigo realizador e director de programas, que esteve ligado a algumas das emissões mais memoráveis do canal.

Foto: Revista Rádio e Televisão, 17/05/1969

É o caso do lendário Zip-Zip de Carlos Cruz, José Fialho Gouveia e Raul Solnado, verdadeiro símbolo televisivo da Primavera Marcelista, que se tornou num fenómeno sem paralelo no Portugal de 1969 e cuja primeira emissão foi para o ar sem ensaio prévio. Ou ainda do concurso A Visita da Cornélia, apresentado por Solnado e criado pelo actor e por Fialho Gouveia, que fez parar o país em 1977.

Andrade dirigiu igualmente os Jogos sem Fronteiras, uma dúzia de edições doFestival RTP da Canção, programas como o Sabadabadu (com Ivone Silva e Camilo de Oliveira) e muitos especiais musicais, para os quais os seus estudos provaram ter especial importância. O realizador começou por ser cantor de ópera, profissão que exerceu um pouco por todo o mundo durante oito anos, antes de decidir abandonar o canto. Pouco depois do regresso definitivo a Lisboa, em 1963, foi convidado para se juntar à RTP, convite que aceitou com a exigência de ir “ver como se fazia lá fora”, visitando no processo várias televisões europeias.

Ao longo de quase meio século, Andrade exerceu igualmente uma série de cargos administrativos dos quais o mais importante terá sido a responsabilidade pela programação ao longo de vários períodos a partir de 1983, o último dos quais entre 2002 e 2005. Num texto colocado na rede social Facebook, Nuno Santos, que foi adjunto de Andrade durante esse período e lhe sucedeu como director de programas em 2005, lamenta o desaparecimento de um “príncipe da televisão”, um “(quase) pioneiro” a quem a RTP devia muito.

Com a morte de Luíz Andrade perdeu-se "um romântico", afirmou à Lusa o apresentador de televisão Júlio Isidro, sublinhando que partiu "a pessoa que mais amava a RTP na história destes 56 anos de televisão em Portugal". Isto porque o realizador tinha "um profundo amor pela sua casa, a casa em que nunca deixou de participar mesmo nestes anos em que já estava teoricamente afastado", recordou.

A colaboração de Luíz Andrade com a RTP terminou com a coordenação das comemorações do 50º aniversário da RTP em 2007, sendo agraciado em 2008 com a Ordem de Mérito atribuída pelo Presidente da República. Em entrevista há ano e meio à revista Nova Gente, manifestava-se contra a eventual privatização da estação, entendendo que o serviço público devia “servir as pessoas, educar e promover a cultura” e que devia passar ao lado da guerra das audiências.

Em comunicado, o Conselho de Administração da RTP lembra que Andrade era "dos profissionais mais respeitados da televisão portuguesa" e que "a ele se devem muitos dos bons momentos de televisão a que gerações de portugueses assistiram e que ainda recordam". Recordando que o antigo director de programas era "dotado de um trato exemplar" e que era "muito querido de todos os colegas e de quantos com ele trabalharam", a administração da RTP sublinha: "Hoje Portugal e a RTP ficam mais pobres."

O corpo de Luíz Andrade vai estar em câmara ardente na Igreja de São João de Deus, na Praça de Londres, em Lisboa, a partir das 11h30. O funeral está marcado para segunda-feira: a missa é às 9h30 e o corpo segue depois para o cemitério do Alto de São João, às 10h30.»


Seminário Música, Teoria Crítica e Comunicação


Na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa, entre Abril e Junho, organizado pelo Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical
Mais informações: CESEM
11 de Abril
João Pedro CachopoA ópera nos olhos do cinema: duas leituras de Fitzcarraldo e de E la nave va em discussão
Mário Vieira de Carvalho
A música e o regime estético 
download cartaz

16 de Maio
Ladan Eftekhari, Hâfez e Szymanowski: Les chants d'amour
Ana Brinca, 
Música entre 'dois mundos' ‐ para uma análise holística dos conceitos e processos significantes da música 'não autónoma' em campos nazis
download cartaz

12 de Junho
Bruno CaseirãoPara uma (re) interpretação do mito de Fausto ‐ uma ponte entre literatura e música
Rosa Paula Rocha PintoEm digressão: os Bailados Portugueses Verde Gaio em Madrid (1943) e Paris (1949)

20 de Junho
Luís SantosOs discursos críticos em torno do Concurso de Música Portuguesa organizado pela
Sociedade de Música de Câmara em 1909

Mariana CaladoCorrespondência entre Francine Benoît e Francisco Fernandes Lopes
Helena Lopes BragaA três: Francine Benoît, Arminda Correia e Maria da Graça Amado da Cunha
download cartaz


4 de Julho

Paulo Ferreira de Castro, La musique au second degré: sobre a teoria da transtextualidade de Gérard Genette e a sua relevância musical
Manuela Toscano, Debussy, Lili Boulanger, Maurice Denis. Imagens do pairante
download cartaz

18 de Julho
Rui Magno PintoOs poemas sinfónicos de juventude de Luís de Freitas Branco
João RomãoO papel da Orquestra Gulbenkian no processo de institucionalização da Fundação
Calouste Gulbenkian e as mediações com os agentes do meio musical lisboeta

Paula Gomes RibeiroLa musique est une sociologie: sobre as paixões de Antoine Hennion e as
transformações dos padrões de sociabilidade
download cartaz

Coordenação científica: Paula Gomes Ribeiro, Paulo Ferreira de Castro
Comissão organizadora: Helena Braga, João Romão
Informações: cesem@fcsh.unl.pt, cesemltcc@gmail.com


sábado, 16 de março de 2013

«Duas horas vivas numa TV morta»: Zip-Zip, Música e Televisão no preâmbulo da democracia em Portugal

Realmente já devia ter postado esta mensagem há imenso tempo...


Defendida no dia 19 de Junho de 2012 (na FCSH-UNL), esta é a minha dissertação de Mestrado: «Duas horas vivas numa TV morta»: Zip-Zip, Música e Televisão no preâmbulo da democracia em Portugal, orientada pelo Professor Doutor João Soeiro de Carvalho.


Esta dissertação resulta do trabalho de investigação que realizei entre 2009 e 2012, não só sobre a importância deste programa no panorama musical do final da década de 1960, como inclusivamente sobre a história da televisão em Portugal e a história da canção de intervenção. Para além da pesquisa bibliográfica e da pesquisa na imprensa da época, foram fundamentais as entrevistas realizadas com os intervenientes neste programa (tanto da produção do programa como os intérpretes presentes) que se mostraram sempre disponíveis para colaborar e cuja colaboração foi fundamental para a construção deste trabalho.



Sobre este trabalho foram já apresentadas três comunicações em conferências (ver: INET-MD).





(à esq. Amália Rodrigues no Zip-Zip, Junho 1969; à dir. Francisco Fanhais no Zip-Zip, Julho, 1969)

RESUMO:
«A 26 de Maio de 1969 surge na televisão portuguesa o primeiro talk-show da RTP. Num formato televisivo inovador em Portugal, o Zip-Zip combinou eficazmente a música, as entrevistas e os sketches humorísticos. Com produção e apresentação de Raul Solnado, Carlos Cruz, Fialho Gouveia e José Nuno Martins, o Zip-Zip dá um espaço relevante a novos intérpretes, novos géneros e novos formatos performativos. Em palco, a Orquestra-Zip - um combo de Jazz formado por experientes músicos dirigidos por Thilo Krassman. O programa traz assim algumas horas de vida a uma TV que, no entender de Mário Castrim, se encontrava “morta”. O programa surge num clima de turbulência social ao nível internacional e numa época marcada pela expectativa de mudança política em Portugal, que alguns intitularam “Primavera Marcelista”, mas que outros pensam não ter sido mais que um “Outono” do Regime. A presente dissertação tem como objectivo demonstrar de que forma um programa televisivo, o Zip-Zip, aparece como um instrumento privilegiado na transformação dos modelos televisivos da música em Portugal, de que forma veiculou a chamada canção de intervenção e de que modo se afigurou enquanto espaço de difusão de novos intérpretes. Utiliza, em particular, a discussão de Simon Frith na abordagem aos modelos de mediação musical; o quadro conceptual discutido por Côrte-Real relativamente ao comportamento expressivo; e aborda também a problemática da censura durante o Estado Novo.»


O trabalho sobre o Zip-Zip ainda vai continuar...
O trabalho sobre a relação entre música e a televisão portuguesa também... Segue-se o Doutoramento.




segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Música em Contexto - Série de Colóquios


Série de Colóquios organizada pelo Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical - CESEM e pelo Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança - INET-MD.

Sala Multiusos 3, Piso 4, do Edifício ID (FCSH-UNL), pelas 18 horas.



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O Gosto pela música - Conferência

Nos próximos dias 19 e 20 de Outubro, na FCSH-UNL, realizar-se-á uma Conferência que marca os 90 anos do nascimento de João de Freitas Branco. 


O programa definitivo já foi divulgado aos conferencistas mas ainda não se encontra disponível no website do CESEM.
Para mais informações, consulte o website do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical





«O Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa), organiza o Colóquio Internacional 'O Gosto pela Música', homenagem a João de Freitas Branco, no 90º aniversário do seu nascimento, nos dias 19 e 20 de Outubro de 2012, na Universidade Nova de Lisboa.
O presente colóquio pretende incidir nas diversas áreas em que João de Freitas Branco (Lisboa, 10 de Janeiro de 1922 – Caxias, 17 de Novembro de 1989) desenvolveu a sua actividade, abordando aspectos da sua acção na cultura e na sociedade portuguesas, bem como aspectos do desempenho de outros intelectuais, musicólogos e artistas que com ele se relacionaram, e sobre as próprios círculos de sociabilidade, instituições e lugares de cruzamento e circulação de ideias, e de promoção, debate e divulgação musical e cultural.
Pretende-se ainda promover um debate mais amplo sobre filosofia e sociologia do gosto, formação do gosto a valoração estética e a criação de modos de fruição artística, na imprensa, nos mass media e nas novas redes de sociabilidade digitais, crítica musical, divulgação e programação musicais, estatuto do “amador de música”, a questão de formação dos cânones e as relações centro-periferia.»

Comissão Científica: 
Mário Vieira de Carvalho; Paula Gomes Ribeiro; Pedro Nunes; Paulo Ferreira de Castro; Luísa Cymbron.
Comissão Organizadora: 
Helena Braga; Jaime Reis; João Romão; Luís Santos; Rui Pinto; Zuelma Duarte.
Comissão Consultiva:
Salwa Castelo-Branco; Manuel Pedro Ferreira; João Maria de Freitas Branco; Rui Vieira Nery; Diósnio Machado Neto; João Soeiro; Manuela Toscano.
Secretariado (CESEM): 
Beatriz Serrão

PS: Se quiserem saber alguma coisa acerca da importância do público no programa Zip-Zip, apareçam no Sábado, dia 20 para me poderem ouvir!

segunda-feira, 30 de julho de 2012

FMM - Sines

Na "ressaca" da 14.ª edição do Festival de Músicas do Mundo de Sines até seria de estranhar que eu não publicasse nenhum comentário no meu semi adormecido blog.

Sem querer entrar nas habituais discussões acerca da dita world music, tão recorrentes no meio académico da etnomusicologia e que muita tinta ainda farão correr nos próximos tempos, a verdade é que, ao ver alguns dos concertos não consigo deixar de vir para casa e pensar neste tão estranho conceito... Claro que o ambiente de festa que se vive num concerto ao vivo, verdadeiramente animado como este, com o castelo, a praia e a maresia a criarem um cenário perfeito, fez-me esquecer, por momentos, estas dúvidas e questões que se levantam sobre o que será então a world music. Careceria de alguma investigação e indagação para eu pudesse exprimir aqui em público uma série de ideias acerca desta questão que têm vindo a surgir nestes últimos dias... A verdade é que as várias horas a ouvir guitarras eléctricas a tocar e retocar melodias de "inspiração tradicional" deixaram-me curiosa e com vontade de fazer algumas pesquisas...


Bem, no geral gostei muito do festival: assisti a quase todos os concertos e na generalidade todos tiveram pontos muito positivos; gostei do ambiente animado mas pacífico e sem confusões, apesar da presença exagerada e quase ameaçadora das forças de segurança; os locais dos concertos são fantásticos, apesar da mudança para o pontal, e as condições logísticas bastante satisfatórias para um evento deste tipo. 

Na minha opinião, a repensar: o horário dos concertos do segundo fim-de-semana (18h45, 20h e 21h45). Para aqueles que, como eu, querem assistir a todos os concertos e não podem jantar fora todos os dias, complicaram um pouco a vida; e o som dos concertos que no primeiro fim de semana foi demasiado alto, criou por vezes ruídos incómodos e prejudicou a recepção de algumas actuações.

Das actuações a destacar:
- No primeiro dia, sem dúvida, Narasirato, das Ilhas Salomão. Lá está, sem me questionar da "verdade" da sua música de "inspiração tribal" ou qual a influência da indústria musical neste grupo, foi um concerto onde a alegria dos músicos foi contagiante para o público , um concerto um vi os músicos com verdadeiro prazer de tocar e mostrar a sua música (uma coisa que, nos últimos tempos e infelizmente, não tenho visto muito...).


- No terceiro dia: Oumou Sangaré & Béla Fleck (Mali e EUA). Os dois músicos proporcionaram um concerto fantástico e de muito boa qualidade.

- Ainda no terceiro dia destaco a presença da Imperial Tiger Orchestra & Hamelmal Abate (Suíça e Etiópia). Uma voz excepcional e muito bons músicos em palco.







Neste primeiro fim-de-semana do festival a minha desilusão foi: Otis Taylor Band com duas violinistas que muitas vezes me deixaram confusa com a sua própria confusão; L'enface rouge & Lorfi Bouchnak que por vezes pareciam aborrecidos com aquilo que estavam a tocar e contagiaram alguns espectadores; Clorofila + Los mezcalieros de la sierra com os seus clichés mexicanos, mais que batidos misturados com uma música electrónica muito básica; por fim e ainda neste primeiro fim-de-semana, Shangaan Electro que até percebi o conceito dos bailarinos a abanarem-se eficazmente a ritmo das 189 batidas por minuto, mas pouco mais nos deram que uma hora e tal de música repetida.


Bem, quanto ao segundo fim-de-semana, destaco:
- No dia 26, Fatoumata Diawara (Mali). Fantástica! Um concerto bem concebido, com uma construção performativa eficaz que não deixou o público indiferente. Mais uma vez, alguém que gostava daquilo que estava a tocar e conseguiu transmiti-lo ao público.




- No mesmo dia, os energéticos e contagiantes Staff Benda Bilili (Congo). Muito bom! Mais uma vez, possivelmente mais do que a qualidade musical, foi a energia e a presença em palco que contagiaram. Estes "substitutos" que já haviam estado presentes do FMM apresentaram um concerto que resultou especialmente bem nesta noite de Quinta-feira. O público correspondeu muito bem a esta energia!


- Também gostei do grupo argentino Astellero, mas por vezes parecia que estávamos à espera que entrasse em palco o Astor Piazzola. Músicos muito bons, mas um concerto mal escolhido para início de noite. Gostei também de Dubika Kolektiv e tive muita pena da troca de horário que os fez actuar demasiado cedo. As actuações de Mark Ribot tanto com os portugueses Dead Combo como com Los Cubanos Postizos foi muito boa! No último dia gostei ainda de Tony Allen felizmente abrilhantado por dois saxofonistas portugueses professores na Escola de Artes de Sines. Os portugueses Couple Coffee e Orquestra Todos surpreenderam-me bastante pela positiva.

As desilusões: Uxu Kalhus e a sua concepção mais que vista de misturar todos aqueles clichés da "música tradicional" portuguesa, do mais básico possível, com todos os outros clichés do rock, numa desconstrução "manhosa" que resultou, nada mais, nada menos, do que numa manta de retalhos mal cozidos e com pouco sentido musical. No dia seguinte, os Diabo a Sete, que para mim foram mais uma enjoativa misturada de "música tradicional" do mais básico, visto e revisto.
Um pouco de abuso das guitarras eléctricas nesta edição do festival...
De resto, e apesar do preço que talvez tenha afastado algum público menos abonado financeiramente, o festival foi muito bom... 

Bom ambiente, bom público, bons músicos!



O Rio das Flores

Bem, em tempo de férias e sem paciência para procurar na biblioteca um livro para ocupar as horas de ócio por terras de Sines, decidi pegar num livro que lá por casa andava perdido sem que o verdadeiro dono o lesse e trouxe-o comigo...

Terei de ser sincera e dizer que, apesar da curiosidade que o livro me despertou, o seu autor, que semanalmente vemos comentar os assuntos políticos na televisão, deixava-me um pouco apreensiva. O tom um tanto ou quanto rabugento com que Tavares comenta as desgraças nacionais e internacionais fez com que eu lesse as primeiras páginas deste romance com alguma desconfiança. Sim, é verdade: preconceito. A verdade é que até agora ainda não tinha lido nada escrito por Miguel Sousa Tavares...

A comparação com Sophia de Mello Breyner (escritora que admiro...) pairou sempre no ar, mas a verdade é que este livro me surpreendeu.

Sou fascinada pela história do século XX e o trabalho que investigação que tenho desenvolvido centra-se na  período de ditadura portuguesa e, por essa razão, o trabalho de documentação histórica eficazmente articulado por Tavares com uma "estória" fascinante deixou-me "colada" até à última página que, infelizmente, hoje li...

Bem, em resumo: gostei do estilo de escrita, normalmente fluído, com a excepção de duas ou três descrições demasiado extensas e repetidas; adorei a narrativa romancesca e a sua ligação com os factos históricos deste atribulado século XX.

Mais uma vez, vou ser sincera: para mim, o livro não condiz com a pessoa que vemos na televisão e isso foi uma verdadeira surpresa.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

David Murray na FCSH


Serões na Nova: Dia da Independência dos EUA com Jazz na FCSH-UNL. 

David Murray visita Lisboa com os sons de José Dias Quarteto e Mo Francesco Quintetto na esplanada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, no dia 2 de Julho. 
«Os Serões da Nova inauguram do melhor modo o seu programa de coesão transnacional», diz São José Côrte-Real, etnomusicóloga doutorada pela Columbia University, Nova York, e investigadora do Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança da FCSH.

Os músicos provêm dos Estados Unidos, Itália, Alemanha, Angola, Reino Unido e Portugal, representando influências musicais de muitos outros países do mundo.
«Its fantastic» diz Malcolm MacDonald, sax soprano, linguista e editor britânico em escala em Lisboa a caminho de uma conferência: «I'll take my sax, it's a great opportunity!».

O lendário David Murray, que nos último 35 anos gravou mais de 150 álbuns, tem um gosto especial por Portugal e por Sines onde de quando em quando se refugia. A sua improvisação, mesmo nos momentos mais livres, reconhece a força da tradição que honra mais do que tudo, alterando o contexto como mosaico infinito de desafios e explorações musicais: 
http://www.youtube.com/watch?v=MhxNvS-Bxm8&feature=youtu.be

«His music is lika something out of a "Twilight Zone" episode where all the time periods and all the cultures of the world exist in the same space at the same time» WALL STREET JOURNAL

Uma noite especial em Lisboa, participe.
Para saber mais, visite: 
http://www.fcsh.unl.pt/inet/


quarta-feira, 2 de maio de 2012

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Os Maquinistas no Arte & Manha

Os Maquinistas, um grupo composto maioritariamente por professores da Escola de Artes de Sines, irá actuar no próximo Sábado, dia 28 de Abril, em Lisboa, no Arte & Manha, na Sala Carlota Joaquina, pelas 0 horas. Entrada: 5€.
Este grupo de 13 elementos prima pela fusão de diferentes géneros e diferentes influências musicais e já actuou no Festival de Músicas do Mundo em Sines.
http://arteemanha.org/?p=3128

Faleceu a musicóloga Maria Augusta Barbosa

«A musicóloga Maria Augusta Barbosa, fundadora das Ciências Musicais em Portugal, e a primeira portuguesa a obter um doutoramento na área, faleceu hoje aos 100 anos devido a uma pneumonia.


Segundo adiantou à agência Lusa uma fonte da Casa de Saúde e Repouso da Amoreira, em
 Odivelas, onde Maria Augusta vivia há 11 anos, a musicóloga sofreu esta manhã uma insuficiência respiratória e teve de ser transportada para o Hospital de Loures, onde viria a falecer. 
Nascida a 18 de Abril de 1912, Maria Augusta Barbosa licenciou-se em Ciências Musicais na Alemanha, na Universidade de Humboldt, Berlim, no decorrer da II Guerra Mundial, e posteriormente (1970) doutorou-se na mesma área na Universidade de Colónia. 
No início dos anos 1980, já em Portugal, Maria Augusta Barbosa leccionou na Universidade Nova de Lisboa, na qual criou a primeira licenciatura em Ciências Musicais do país. 
Durante os anos em que se dedicou ao ensino, a musicóloga leccionou também nas Universidades de Coimbra e de Lisboa, na Universidade Autónoma e na Lusíada.»


terça-feira, 10 de abril de 2012

Novo Site da Sociedade Portuguesa de Investigação em Música

Está online o novo website da Sociedade Portuguesa de Investigação em Música (a antiga Associação Portuguesa de Investigação em Música). Para além de disponibilizar uma newsletter mensal, este site apresenta importantes informações acerca de encontros científicos e actividades académicas nacionais e estrangeiras...
Este é um importante meio para que a comunidade académica que se dedica à investigação em música possa estar mais informada e, quem sabe, no futuro, uma meio de troca de informação entre os musicólogos (e etnomusicólogos e afins...). 
Sim, porque o trabalho científico só faz sentido quando partilhado com outros!
Visitem então: SPIM


terça-feira, 13 de março de 2012

Dez anos depois de Lomax

«Na década de 30, Alan Lomax começou uma Jukebox Global. Dez anos depois da sua morte, ela é uma realidade: 17 mil ficheiros áudio disponíveis gratuitamenteonline. Uma viagem a um mundo desaparecido.


É uma viagem a outro mundo. Os blues de Howlin' Wolf ou Son House. A luxúria rítmica das Caraíbas. Os melismas marroquinos e o sol que emana dos cantores italianos. A História está perante nós: programas de rádio, entrevistas de rua, fotos de cantores, bailarinos e suas comunidades. Alan Lomax é uma figura fundamental para o estudo da música do mundo e, dez anos depois da sua morte, em 2002, aos 87 anos, os seus arquivos estão agora online.

O sonho a que chamava Jukebox Global tem 17 mil ficheiros áudio gratuitos no site da Cultural Equity, gerida pela filha, Anna. Já todos ouvimos parte deles, mesmo que não na forma original: foi em samples ali recolhidos que Moby baseou o seu álbum mais conhecido,PlayAgora, está tudo na net, em culturalequity.org.

Em 1933, quando partiu para o Sul americano com o pai, John Lomax, musicólogo e folclorista, para registar as músicas tradicionais do seu país, Alan era um jovem idealista que interrompera os estudos para documentar para a Biblioteca do Congresso uma cultura desconsiderada. Por força do seu trabalho - e do de nomes como Harry Smith ou Moses Asch -, transformou essa música em força inescapável do tecido cultural americano. A eles se deve, por exemplo, o boom do folk e blues nos anos 1950 e 1960, de onde emergiriam Bob Dylan ou os Rolling Stones.

Como aponta Ruben de Carvalho, comissário do ciclo Hootenanny, que leva anualmente à Culturgest as músicas tradicionais americanas, "a cultura americana highbrow era a europeia, quando a cultura popular americana era fruto das misturas dos escoceses, judeus ou afro-americanos" que formavam o país. "A fixação desse património antes que se perdesse era fundamental". E "criou condições invulgares para que se desenvolvesse". Exemplo: o jazz é hoje uma cadeira nas universidades americanas; impossível sem esse património.

Guiado pelo pai, Alan gravou, ajudou a divulgar e legitimou nomes como Woody Guthrie, Leadbelly ou Muddy Waters. Só isso faria dele uma figura fulcral na história da música popular do século XX. Mas houve as edições discográficas, concertos e conferências, as publicações, os programas de rádio e, mais tarde, televisão. E não só nos Estados Unidos.

De esquerda, investigado pelo FBI, deixaria o sufoco maccartista no início da década de 50, rumo a Inglaterra. Depois, quis mais. Espanha, Itália, Rússia, Marrocos... Através da música, quis perceber o mundo. "Teve uma compreensão muito vasta das ligações entre música e dança e a sociedade", refere Salwa Castelo-Branco, directora do Instituto de Etnomusicologia da Universidade Nova de Lisboa. Nascem desse desejo os projectos Cantometrics (canto),Choreometrics (dança) e Parlametrics (linguagem).


Foi via Cantometrics que Salwa conheceu Lomax. Na Universidade de Columbia, foi entrevistada para trabalhar no projecto. Desse contacto e das conferências a que assistiu ficou a imagem de "uma pessoa de grande energia, inteligentíssima, idealista, extremamente decidida". E não isenta de controvérsia. Salwa recorda que os Cantometrics foram criticados por se basearem em gravações, não em trabalho de campo, "o que acabou por resultar em conclusões não representativas". Ainda assim, mesmo os críticos não deixavam de lhe admirar a coragem e ambição".




Aquilo que guiou Lomax toda a vida foi a preservação de um mundo ameaçado: "Nós, do avião a jacto, do wireless e da explosão atómica, estamos à beira de varrer do globo o folclore não corrompido", disse. Salwa recorda um artigo da década de 70 em que Lomax refere o perigo do "acinzentamento cultural": "Não se falava ainda de globalização, mas ele estava preocupado com as influências das músicas mediatizadas, que acabavam por uniformizar práticas locais."


Ruben de Carvalho aponta nesse lamento uma contradição. "As circunstâncias que deram origem ao aparecimento de uma música popular urbana massificada e aculturada [a rádio, gravar som] são as mesmas que permitiram fixar e preservar essas tradições culturais." Lomax quis contornar a contradição ao tornar o registo do passado numa possibilidade de futuro. "Comparava a diversidade musical à biodiversidade", escreveu Jon Pareles no New York Times (NYT). "Para Lomax, cada estilo local representava uma forma de sobrevivência que poderia ser útil algum dia." A importância destes registos não se limita à preservação do passado, diz Ruben de Carvalho. "Fixa-se para que possamos lá voltar. Há um fenómeno curioso no jazz. Sempre que se chega a um impasse, como na passagem do swing para o bebop e daí para o cool, o avanço faz-se num regresso às raízes, ao blues." Trata-se de memória viva, para construir o que hoje somos. É por isso que Salwa Castelo-Branco se vem batendo pela criação em Portugal do Arquivo Fonográfico Nacional. Algo como aquilo que Lomax sonhou e que agora se tornou realidade.Vemo-lo, lemo-lo, ouvimo-lo. Um arquivo iniciado em 1933 nas prisões, com um gravador de cilindros que a viúva de Edison emprestara ao pai. Tem, segundo o NYT, cinco mil horas de gravações áudio, mais de 100 quilómetros de filme, três mil cassetes vídeo e cinco mil fotografias. O passado a ressoar no presente.

Ainda Pareles: "Lomax não estava interessado em vender álbuns. Estava a tentar assegurar que a Humanidade podia ouvir e respeitar as suas próprias vozes."»


Notícia retirada do Público online

Gravações disponíveis em: http://culturalequity.org/

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

José Afonso...

Não haverá muito mais a dizer... Vinte e cinco anos depois!







Seria impossível escolher uma, duas ou três canções preferidas... Ficam algumas das imensa que adoro!

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos 
(Aveiro, 2 de Agosto de 1929 - Setúbal, 23 de Fevereiro de 1987)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Inês de Castro

Já há algum tempo que prometi falar acerca deste livro... Recebi-o no Natal e comecei a lê-lo depois da "ressaca" do primeiro volume da trilogia Millenium... 
Inadvertidamente, pensei que um livro com um "aspecto tão calmo" não me poderia curar da "ressaca" em que me encontrava.

A verdade é que encontrei um livro fantástico que cruza dois planos temporais, mas que nos leva, sem que percebamos, directamente ao século XIV e à sua vida cortesã.
A escrita de María Pilar Queralt del Hierro, como eu própria a defini, não é pomposa como muitos dos romances e não nos deixa absolutamente confusos com os termos de um português mais arcaico (alguns romances precisam de um glossário a acompanhar a publicação)...




Bem, sem pseudo-análises literárias (que não é essa a minha função aqui), recomendo esta obra fantásticamente escrita e absolutamente aliciante, publicada pela Editorial Presença.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

José Afonso

Sinceramente, não conhecia esta canção que vou postar... Descobri-a hoje, enquanto estou na biblioteca da FCSH, onde felizmente reina o silêncio absoluto, mas onde a vontade de trabalhar não é propriamente o que mais abunda (pelo menos a minha...). Estava eu aqui a ouvir algumas das canções interpretadas pelos cantores que participaram no programa e deparo-me com esta fantástica canção do Zeca Afonso! Apesar de proibido pela PIDE (na altura, eufemisticamente denominada de DGS) de participar no Zip-Zip, José Afonso proporcionou a presença de outros músicos.
Bem, esta canção está gravada no álbum Enquanto há força, de 1978, num período onde este intérprete (baladeiro, cantautor, cantor de intervenção...) se encontrava desanimado com o rumo que a revolução tinha tomado.
Espero que gostem da canção Tinha uma sala mal iluminada...


Tinha uma sala mal iluminada
Perguntavas pelo amigo e estava a monte
A fuga era a última cartada
A pide estava ali mesmo defronte

As vezes uma dúvida rondava
Valia ou não a pena o que fazias?
Se alguém caía um outro alevantava
O tronco que tombava e renascias

A velha história ainda mal começa
Agora está voltando ao que era dantes
Mas se há um camarada à tua espera
Não faltes ao encontro sê constante

Há sempre quem se prante à tua mesa
Armado em conselheiro ou penitente
A luta agora está de novo acesa
E o caminho é só um é sempre em frente

Perdeste a treino falta-te a paciência
Ouviste antes do tempo mil fanfarras
Já os soldados fazem continência
Ao som do choradinho e das guitarras

A velha história ainda mal começa
Agora esta voltando ao que era dantes
Mas se há um camarada à tua espera
Não faltes ao encontro sê constante

domingo, 12 de fevereiro de 2012

I Encontro Ibero-Americano de Jovens Musicólogos


«O primeiro encontro Ibero-Americano de Jovens Musicólogos tem por objectivo promover a circulação de informação nos campos da musicologia entre jovens musicólogos e estudantes de musicologia, através de um colóquio a ser realizado de 22 a 24 de Fevereiro de 2012.

O encontro é destinado aos estudantes de licenciatura e licenciados em Música e Ciências Musicais, aos mestrandos e mestres em Ciências Musicais, aos doutorandos e aos recém-doutorados (até três anos), que poderão participar através de comunicações e apresentação de posters sobre qualquer tema relacionado com a musicologia  ibero-americana ou internacional. O Encontro também pretende realizar três concertos compostos por ensembles ou solistas que estiverem a participar do evento, e que se propuserem a executar obras relativas aos temas das comunicações apresentadas. As actas serão publicadas no site do Encontro e a comissão científica selecionará algumas das comunicações para serem publicadas posteriormente.

A comissão científica é composta por alguns doutorados e doutorandos provenientes de Portugal, Brasil, Espanha, Colômbia e Estados Unidos, e conta com o apoio da Tagus-Altanticus Associação Cultural, do CESEM (Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical), do INET-MD (Instituto de Etnomusicologia, Musica e Dança), da SPIM (Sociedade Portuguesa de Investigação em Musica), da JAM (Joven Asociación de Musicología de Espanha), da Casa da América Latina de Lisboa, do Gambinete para os Meios de Comunicação Social - Palácio Foz, do Museu da Musica de Lisboa e e da TAP Portugal, transportadora oficial do evento.»

Organização: Musicologia Criativa
Poderá consultar o programa em: http://www.musicologiacriativa.com/#!__programa