Depois de completar três anos de existência, mais uma vez o Misurato muda de aparência...

Mas, para variar, o objectivo principal deste Blog continua a ser o mesmo: divulgar a actividade musical em Portugal... Concertos, Festivais, Congressos, Conferências, Concursos, Novidades, Publicações...

Mas como não é fácil estar sempre em cima do acontecimento e às vezes o tempo acaba por escassear, qualquer sugestão dos leitores é uma mais valia para este Blog.

Deixem os vossos comentários e sugestões!

A todos os que são habituais seguidores e àqueles que visitam o Misurato pela primeira vez, Muito Obrigada pela Visita!!!!

domingo, 21 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL


Antes de me ausentar para terras Templárias e antes de ficar isolada do mundo cibernético nesta quadra natalícia, não podia deixar de desejar aos meus estimados leitores um Feliz Natal...

Sem mais discursos repetitivos de prendas, felicidade, paz ou amor...
Desejo-vos um ÓPTIMO NATAL!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Outro Fim - António Pinho Vargas

Nos próximos dias 20 e 21 de Dezembro, pelas 21h30, o Grande Auditório da Culturgest põe em cena a ópera Outro Fim de António Pinho Vargas, com libreto de José Maria Vieira Mendes, numa co-produção do Teatro Nacional de S. Carlos e a Culturgest.

Elementos da Orquestra Sinfónica Portuguesa
Direcção Musical: Cesário Costa
Encenação e Espaço Cénico: André Teotósio em parceria com Vasco Araújo

Intérpretes:
Mãe: Larissa Savchenko
Mulher: Sónia Alcobaça
Cunhada: Madalena Boléo
Homem: Luís Rodrigues
Irmão: Mário João Alves

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Concerto de Natal

A Igreja Evangélica Alemã, no próximo dia 21 de Dezembro, às 16h30, apresenta o Concerto de Natal com a participação do Coro Odyssea (direcção de Gonçalo Lourenço) e da Capella Sacra, agrupamento instrumental da Igreja Alemã.


Programa: Obras variadas para órgão, Trio de sopros de metal, Coro a capella e uma Cantata de Natal para Coro e grupo instrumental.


Entrada livre.



Igreja Evangélica Alemã de Lisboa
Av. Columbano Bordalo Pinheiro, 48
Metro: Praça de Espanha

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Inauguração da Casa Memória Lopes-Graça - Tomar

«A Casa Memória Lopes-Graça, enquanto instituição autárquica, tem como primeiro objectivo potenciar a ligação e divulgação da figura do compositor e intelectual português Fernando Lopes-Graça a Tomar. Tal objectivo fomenta, à partida, uma dupla vocação: Para a universalidade (música) e para a localidade (Tomar).
Para Tomar, a Casa Memória Lopes-Graça vai assumir-se como um complemento dos núcleos museológicos de arte e cultura contemporâneos já existentes na cidade, contribuindo para a afirmação e divulgação de Tomar, enquanto referência artística da contemporaneidade.
Junto da população visa-se um trabalho pedagógico na divulgação da obra do compositor, com especial atenção às camadas mais jovens, trabalhando em rede com Escolas Vocacionais e Genéricas, assim como com Associações e Colectividades.
A actividade regular da Casa Memória Lopes-Graça deverá ainda constituir uma mais-valia para a crescente valoração e conhecimento da cidade de Tomar, através da afirmação e importância da cidade enquanto referência e terra natal do compositor, no imaginário nacional.
Já no contexto da música, a Casa Memória Lopes-Graça deverá assumir-se como centro de divulgação da história da música local e nacional, assumindo uma vertente de informação, animação e divulgação musical para os variados públicos-alvo, desenvolvendo transversalidades com o turismo, a cultura e a educação, no âmbito das opções e projectos políticos da Autarquia.
A inauguração da Casa Memória Lopes-Graça representa o culminar de um longo percurso. Após esta data, deverá este núcleo assumir-se como um espaço de interacção entre a comunidade local, os músicos e a musicologia nacional, na afirmação da obra do compositor tomarense, no seio da história da cultura portuguesa do século XX. »

Programa:
12 de Dezembro

CONCERTO DE ABERTURA
21h30 - Cine-Teatro Paraíso
Duarte Lamas - Guitarra
Ana Carina - Flauta Transversal
Obras: Lopes-Graça e outros autores contemporâneos
Bilhete Normal: 3€ (sujeito a descontos)



13 de Dezembro

SESSÃO SOLENE
15h - Salão Nobre da Câmara Municipal


INAUGURAÇÃO E ABERTURA
16h - Casa Memória Lopes-Graça


LANÇAMENTO DA BANDA DESENHADA
DE LOPES-GRAÇA e Apresentação do CD “Danças e Rondas Infantis”
17h - Lagares d’El Rei


MINI CONCERTO “HISTÓRIA, HISTORINHA”
18h - Lagares d’El Rei
por alunos da Escola de Música da Canto Firme



14 de Dezembro

ENCONTRO DE COROS DO CONCELHO DE TOMAR
15h - Lagares d’El Rei
- Coro Canto Firme – Associação de Cultura
- Coro Misto da Sociedade Filarmónica Gualdim Pais
- Coro da Sociedade Recreativa e Musical da Pedreira



15 e 16 de Dezembro

SESSÕES PEDAGÓGICAS PARA ESCOLAS DO 1.º E 2.º CICLOS

Casa Memória Lopes-Graça



17 de Dezembro

SARAUS BREVES DE LOPES-GRAÇA
18h30 - Casa Memória Lopes-Graça
Audição Comentada de Música de Lopes-Graça e exibição de filme sobre o compositor.



Informações retiradas do site da Câmara Municipal de Tomar.
http://www.cm-tomar.pt/pt/Casa+memoria+lopes+graça.htm

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Lisbon Film Orchestra

Com a Direcção de Nuno Sá, a Lisbon Film Orchestra apresenta no próximos dias 19 e 20 de Dezembro às 21h30 (sessão para crianças dia 20 às 11h), no Cinema S. Jorge, em Lisboa, as bandas sonoras de filmes intemporais como Super Homem ou Star Wars.

Este vídeo promocional deixa-nos, certamente, curiosos!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Messias - Handel



No próximo dia 1 de Dezembro, pelas 18h, a Sé Catedral de Lisboa acolhe o Concerto de Advento pela Orquestra da Escola Profissional de Música de Viana do Castelo, Coro da Academia de Música de Viana do Castelo, com a Soprano Maria João Matos, o Contratenor Vítor Lima, o Tenor Rui Taveira, o Baixo Nuno Dias, com Álvaro Barriola no Cravo e Martin André na Direcção Musical, onde será apresentada a Oratória Messias de Haendel.

As entradas estão limitadas aos lugares disponíveis. Assim, para informações, marcação e levantamento de ingressos, contacte:

Secretaria da Escola Superior de Educação Almeida Garret
Palácio de Santa Helena
Largo do Sequeira, 7
Lisboa
Telef.: 218872042
ou visite o site: http://www.eseag.pt/

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Bem,
nestes últimos tempos tem sido difícil actualizar o Misurato... A verdade é que tem estado um pouco ao "abandono"...
As razões são diversas...
Mas hoje deixo-vos uns vídeos que seleccionei no Youtube...

O primeiro, Patricia Petibon com Les éternuements de Emmanuel Chabrier, para apreciarem a sua óptima voz e também para se divertirem um pouco.


Depois, Aserbaijan Love Song da obra Folk Songs, num arranjo de Luciano Berio para Cathy Berberian, mas aqui interpretada por Salome Kammer.

Por último, Et incarnatus est da Missa em Dó menor de Mozart, pela soprano Barbara Bonney...

Espero que gostem das sugestões.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Estúdio de Ópera do TNSC

Dias 6, 7 e 10 de Novembro às 20h
e dia 9 de Novembro às 16h
Teatro Nacional de São Carlos - Lisboa

Com a direcção musical de Xaver Poncette


The Telephone
Gian-Carlo Menotti (1911-2007)
Ópera buffa em um acto (estreia em 1947 - Nova Iorque)
Libretto: Gian-Carlo Menotti

Com:
Encenação de Karoline Gruber
Cenografia de Matthias Winkler
Figurinos de Noelie Verdier
Desenho de Luz Pedro Martins

Produção: Universidade das Belas-Artes de Berlim








Comedy on the Bridge
(Veselohra na mostě)
Bohuslav Martinů (1890-1959)
Ópera para rádio em um acto (estreia em 1937 - para a Rádio Praga
e em 1951 na versão encenada em Nova Iorque)
Libreto: Bohuslav Martinů baseado na comédia de Václav Kliment Klicpera (1792-1859).

Com:
Encenação de Paula Gomes Ribeiro
Cenografia de Manuel Aires Mateus
Desenho de Luz Pedro Martins

Nova produção: Estúdio de Ópera TNSC





Orquestra Sinfónica Portuguesa
e
Elenco de jovens cantores seleccionados em audições promovidas pelo TNSC:

- The Telephone
Lucy: Maria João Sousa
Ben: Jorge Martins

e

- Comedy on the Bridge
Josephine: Susana Gaspar
Johnny: João Merino
Breuer: João Oliveira
Eva: Cátia Moreso
School Master: Sérgio Martins


Actores:
Friendly Sentry: Tiago Barbosa
Enemy Sentry: Nuno Nunes
Officer: José Alves Mateus

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Masterclass de Oboé e Música de Câmara

A Academia Superior de Orquestra organiza nos próximos dias 4 e 5 de Novembro uma masterclass com o maestro e oboísta francês David Walter.
Admitem-se alunos externos na condição de ouvintes, para além dos alunos da ANSO, sendo as inscrições no valor de 15€ por cada um dos dias da masterclass.


Local e Horário:
Instalações da Orquestra Metropolitana de Lisboa
Das 18h às 20h - Dia 4
Das 18h às 21h - Dia 5
(sujeito a alterações)


Inscrições:
Até 3 de Novembro junto da secretaria da ANSO


Mais informações:
Academia Nacional Superior de Orquestra
Tel.: 21 361 73 25 / 213617320, Fax: 21 362 38 33
www.oml.pt e anso@oml.pt

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Masterclass de Fagote com Carlo Colombo

A Academia Metropolitana de Lisboa promove nos próximos dias 28 e 29 de Outubro, uma Masterclass com o fagotista italiano Carlo Colombo.
Admitem-se alunos externos, para além dos alunos da ANSO, sendo o valor da inscrição para externos de 15 euros por cada dia de formação.


Horário:
Das 18h às 21h (sujeito a alterações).


Inscrições:
Até 27 de Outubro junto da secretaria da ANSO.


Informações:
Academia Nacional Superior de Orquestra
Trav. da Galé, 36, 1349 – 028 Lisboa
Tel.: 21 361 73 25/213617320, Fax: 21 362 38 33
www.oml.pt e anso@oml.pt

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Música nas Praças

A Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural da Câmara Municipal de Lisboa em conjunto com a Orquestra Metropolitana de Lisboa programou para o próximo dia 4 de Outubro uma série de concertos de música erudita em várias praças da zona da Baixa-Chiado, todos com entrada livre, com o objectivo de comemorar o Dia Mundial da Música.


Eis o programa:



Largo Duque do Cadaval
- Brass Ensemble - 12h/16h
- Orquestra de Sopros da OML Júnior - 14h
- Quarteto de Clarinetes de Lisboa - 19h

Largo do Carmo
- Os Pequenos Violinos da Metropolitana - 13h
- Coro Sinfónico Lisboa Cantat - 15h/17h
- Ensemble Barroco do Chiado - 18h




Largo de São Carlos
- Orquestra Sinfónica Juvenil - 13h/ 15h
- Orquestra Metropolitana de Lisboa - 17h
- Sinfonietta de Lisboa - 19h



Páteo Siza Vieira
- Recital de Piano - 12h
- Cobras e Son - 14h/ 19h
- Duo de Flauta e Piano - 16h
- Piano a 4 mãos - 16h
- Recital de Harpa - 18h






Ruínas do Carmo
- Gala de Ópera - 21h30
Orquestra Metropolitana de Lisboa

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Dia Mundial da Música

Pois é, hoje comemora-se o Dia Mundial da Música, e como tal, a música não podia faltar num dia como este...
Deixo-vos algumas sugestões para hoje e amanhã:
  • Grupo de Música Contemporânea de Lisboa
- 1 de Outubro, 19h, Auditório da Sociedade Portuguesa de Autores
João Paulo Santos - Direcção
Programa: Clotilde Rosa e Jorge Peixinho
Lançamento do CD "Música para Poesia Portuguesa" de Clotilde Rosa
  • Solistas da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras
- 1 de Outubro, 21h, Teatro Municipal Amélia Rey Colaço - Algés
Joel Vaz - Oboé e Ricardo Henriques - Clarinete
Programa: Sérgio Azevedo e S. Prokofiev
  • Orquestra Metropolitana de Lisboa
- 1 de Outubro, 21h, Grande Auditório do Centro Cultural de Belém
Pedro Moreira - Maestro
Mário Laginha - Piano
Julian Argelles - Saxofone
Programa: Pedro Moreira e Mário Laginha
  • Orquestra Filarmonia das Beiras
- 1 de Outubro, 21h30, Cine-Teatro Alba - Albergaria-a-Velha
- 2 de Outubro, 21h30, Teatro José Lúcio da Silva - Leiria
Bruno Monteiro - Violino; Gonçalo Pescada - Acordeão
Programa: Vivaldi e Piazzolla

Astor Piazzolla - Verano Portenho

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Festival Expresso do Oriente - Música de Este a Oeste

Dando o primado ao confronto entre música com diversas raízes e às linguagens mais vanguardistas, a próxima edição do Festival Expresso do Oriente conta com três concertos onde compositores e obras quase desconhecidos em Portugal têm o papel principal.
Informações: Culturgest

- 27 de Setembro, 21h30, Grande Auditório da Culturgest
Elsa Silva - Piano e Piano Preparado
Programa: Kaikhosru Sorabji e John Cage
Bilhetes: 5€

- 30 de Setembro, 21h30, Grande Auditório da Culturgest
OrchestrUtopica
Programa: Unsuk Chin; Tan Dun; Cândido Lima; Naresh Sohal; Christian Utz
Bilhetes: 10€ (5€ jovens até aos 30 anos)

- 2 de Outubro, 21h30, Grande Auditório da Culturgest
OrchstrUtopica - Solistas
Programa: Sérgio Azevedo; Naresh Sohal; Vasco Mendonça; Luís Tinoco

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

XI Festival Internacional de Órgão de Lisboa

A Juventude Musical Portuguesa organiza mais um Festival Internacional de Órgão na cidade de Lisboa. Durante quase três semanas várias igrejas desta cidade (e arredores) recebem uma série de concertos e masterclasses.


Eis o programa:


12 de Setembro, 21h30, Sé Patriarcal de Lisboa - Concerto de Abertura
João Vaz - Órgão
António Duarte - Órgão
Coral Lisboa Cantat
Jorge Alves - Direcção

Música Vitoriana



13 de Setembro, 21h30, Sé Patriarcal de Lisboa
Maria Nacy - Órgão

Música Espanhola e Norte-Americana


14 de Setembro, 21h30, Igreja Matriz de Oeiras
Miguel Bernal - Órgão

Música espanhola para órgão nos alvores da idade contemporânea (1808)Ilustração, Revolução e Tradição


15 de Setembro, 10h-13h e 15h-18h, Igreja de São Vicente de Fora
Masterclass "Francisco Correa de Arauxo" com Miguel Bernal


18 de Setembro, 21h30, Sé Patriarcal de Lisboa
Antoine Sibertin-Blanc - Órgão
Voro Solemnis
João Crisóstomo - Direcção

O Canto Gregoriano na música para órgão


19 de Setembro, 21h3o, Sé Patriarcal de Lisboa
Paolo Crivellaro - Órgão

J.S.Bach e os seus antecessores


20 de Setembro, 21h30, Igreja de Nossa Senhora do Cabo - Linda-a-velha
António Esteireiro - Órgão
Coro de Câmara do Instituto Gregoriano de Lisboa
Coro Gregoriano do Instituto Gregoriano de Lisboa
Armando Possante - Direcção

Missa em Homenagem a Olivier Messiaen


21 de Setembro, 12h, Basílica da Estrela
Missa do Festival
Sérgio Silva - Órgão
Coro Solemnis


21 de Setembro, 21h30, Sé Patriarcal de Lisboa
Harald Vogel - Órgão

Tocata e Concerto no Barroco Alemão


27 de Setembro, 21h30, Igreja Matriz de Oeiras
Jesús Gonzalo López - Órgão

Do classicismo ao Romantismo na música espanhola para órgão


28 de Setembro, 21h30, Sé Patriarcal de Lisboa
Hans-Ola Erixsson - Órgão

Olivier Messiaen


29 de Setembro, 10h-13h e 15h-18h, Sé Patriarcal de Lisboa
Masterclass "Olivier Messiaen" com Hans-Ola Ericsson


1 de Outubro, 21h30, Basílica da Estrela - Concerto de Encerramento
Ana Paula Russo - Soprano
Susana Gaspar - Soprano
Helena Lima - Meio-soprano
João Rodrigues - Tenor
Rui Baeta - Barítono
Jorge Martins - Baixo
Luís Sá Pessoa - Violoncelo
João Vaz - Órgão
António Duarte - Órgão
Coro de Câmara de Lisboa
Teresita Gutierrez Marques - Direcção

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Simpósio Internacional

Nos próximos dias 26 e 27 de Setembro, tem lugar no Conservatório de Música de Cascais o Simpósio internacional subordinado ao tema: A Italianização da Vida Musical Barroca na Península Ibérica: Modelos e Processos, contando com a participação de um notável conjunto de especialistas nesta área, tanto a nível teórico, como a nível prático.
A organização está a cargo da Associação Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras e as inscrições poderão ser entregues até dia 24 de Setembro.
Preços:
20€ - Ouvinte
10€ - Ouviste Estudante (mediante fotocópia do cartão de estudante)
Grátis - Para quem desejar apresentar uma comunicação de 15 ou 30 minutos

Contactos:
Associação OCCO
Av. das Acácias, 81 - 2765-390 Monte Estoril
Tel.: 214643460/1
Email:o.c.c.o@mail.telepac.pt



Programa:

26 de Setembro:

9h30 - Sessão de Abertura com António Capucho (Presidente da Câmara de Cascais) e Gerhard Doderer (Univ. Nova de Lisboa)

10h - Sessão I - Primeiras Manifestações Italianizantes
Conferência: A chegada dos modelos italianos à música ibérica e latino-americana na viragem para o Séc.XVIII - Rui Vieira Nery (Univ. de Évora e Fundação Gulbenkian)

11h - Comunicações

12h30 - Recital de Cravo com Cremilde Rosado Fernandes (Lisboa) - Auditório do Conservatório de Música de Cascais

13h15 - Almoço

15h - Sessão II - Cerimonial Litúrgico e Palco Teatral (I)
Conferência: A Corte, o teatro italiano e o Teatro do Bairro Alto: três modelos operáticos no reinado de D. João V - Manuel Carlos de Brito (Univ. Nova de Lisboa)

16h - Comunicações

18h30 - Recital de Clavicórdio com Bernhard Brauchli (Lausanne) - Museu da Música Portuguesa

21h30 - Concerto de Cravo e Dança - Luísa Morales e Cristóbal Salvador (Almeria) - Auditório do Conservatório de Música de Cascais


27 de Setembro

9h30 - Sessão III - Cerimonial Litúrgico e Palco Teatral (II)
Conferência: Aspectos da Música orquestral em Portugal no Séc.XVIII - Jorge Matta (Univ. Nova de Lisboa)

10h30 - Comunicações

12h30 - Conferência-Concerto - As sonatas para Cravo de Alberto José Gomes da Silva / Lisboa c1770 - Mafalda Nejmedine (Escola Profissional Artística do Vale do Ave)

13h15 - Almoço

15h - Sessão IV - Em redor da Guerra da Sucessão
Conferência: La presencia de Italia y su música en la corte española en la primeira mitad del siglo XVIII - Begoña Lolo (Univ. Autónoma de Madrid)

16h - Comunicações

17h - Conferência-Concerto - La capilla musical del Archiduque Carlos de Austria (ca. 1706-1713) y la recepcion del último Barroco en Barcelona - Francesc Bonastre e Begoña Lolo (Univ. Autónoma de Madrid)

18h - Mesa Redonda - Conclusões

21h30 - Concerto de Encerramento - Centro Cultural de Cascais
Angélica Neto - Soprano
Ensemble Olisipo
Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Música Viva 2008

Por mais um ano consecutivo, a Miso Music Portugal organiza o Festival Música Viva, este ano com espectáculos no Mosteiro dos Jerónimos, Fundação Gulbenkian e Centro Cultural de Belém. Desta forma, entre 19 e 27 de Setembro a música de vanguarda tem o papel principal na cultura lisboeta.

19 de Setembro, 22h, Mosteiro dos Jerónimos:
- Orquestra Metropolitana de Lisboa
Génese da orquestra com electrónica

20 a 27 de Setembro, CCB - Caminho Pedonal
- Sound Walk
Passeio electroacústico

20 a 27 de Setembro, CCB - Bengaleiro Norte
- Interactive Lounge
Criações transdisciplinares e ponto de encontro

20 de Setembro, 16h e 21 de Setembro, 18h
- n_ano [4x] - Simão Costa
Performance para piano, disklavier e computador

20 de Setembro, 17h, CCB - Auditório Luís de Freitas Branco
- Sond'Art Electric Ensemble
Metamorfoses da música instrumental

20 de Setembro, 21h, Fundação Gulbenkian - Grande Auditório
- Orquestra Gulbenkian
A nova tradição

23 de Setembro, 11h, CCB - Sala de Ensaio
- Contos Contados... Cantados com Som
Teatro electroacústico para público infantil

23 de Setembro, 19h, CCB - Sala de Ensaio
- José Machado
Violino e Electrónica

23 e Setembro, 21h, CCB - Pequeno Auditório
- Orquestra de Altifalantes I
Laboratórios de criação: Lisboa/Berlim

24 de Setembro, 19h, CCB - Sala de Ensaio
- Vox Vocis
Espectáculo Intermédia

24 de Setembro, 21h, CCB - Pequeno Auditório
- Quasars Ensemble e Orquestra de Altifalantes II
Confronto de Estéticas

25 de Setembro, 19h, CCB - Sala de Ensaio
- Nuno Pinto
Clarinete e Electrónica
- Duo Con:Fusion
Teatro Musical e Vídeo

25 de Setembro, 21h, CCB - Pequeno Auditório
- Orquestra de Altifalantes III
Electroacústica canadiana e premiados de concurso de composição Música Viva 2008

26 de Setembro, 11h, CCB - Sala de Ensaio
- Contos Contados... Cantados com Som
Teatro electroacústico para público infantil

26 de Setembro, 19h, CCB - Sala de Ensaio
- Quinteto Diaphonia
Quinteto de Sopros

26 de Setembro, 21h, CCB - Pequeno Auditório
- Crash Ensemble
Rockers

27 de Setembro, 15h30, CCB - Sala de Ensaio
- Contos Contados... Cantados com Som
Teatro electroacústico para público infantil

27 de Setembro, 21h, CCB - Auditório Luís de Freitas Branco
- Smith Quartet - "Circuits"
Quartetos de cordas com electrónica

As Lições dos Mestres no CESEM

O Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical organiza mais um ciclo de conferências. Todas as conferências têm lugar no Auditório 2, Torre B, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

- 17 de Setembro, 17h - How the brain dances music and music dances the brain: a process generating emotions - Prof. Doutor Manfred Clynes

- 19 de Setembro, 17h - Theatre for very young children - Prof.ª Doutora Katalin Kozak

- 25 de Setembro, 10h30 - Debate e Brainstorming: Em torno da construção de um teste de avaliação de desempenho rítmico - Apresentação de trabalhos em curso por Tiago Veiga (bolseiro da FCT)

- 25 de Setembro, 13h - Musical aptitude: the most recent research findings - Prof. Doutor Edwin Gordon

Percursos da Música Portuguesa

Já a partir do próximo Sábado, dia 13 de Setembro, às 12h30, a RDP2 transmite o ciclo de programas «Percursos da Música Portuguesa», que conta com a concepção e apresentação do maestro Jorge Matta.
Este é um projecto inédito na divulgação da cultura portuguesa, envolvendo uma variedade de investigadores e intérpretes nacionais e abrangendo, por ordem cronológica aproximada, toda a história da actividade musical em Portugal.
Com toda a certeza, um programa a não perder!

sábado, 23 de agosto de 2008

Le Sacre du Printemps - Stravinsky

Isto de não se fazer nada nas férias de Verão é muito cansativo... Daí que as minhas publicações sobre os Ballets Russes estejam a andar devagarinho!

Mais uma vez, vou falar-vos de uma composição de Stravinsky, não só por ser um dos meus compositores favoritos, mas também porque muita gente já ouviu a sua música, mas pouco sabe sobre ela.

Com este bailado, o compositor reinventa, mais uma vez, a cultura popular russa, evocando os rituais pagãos da chegada da Primavera. Como várias outras obras desta companhia, também a estreia de A Sagração da Primavera, em 1913, foi marcada pela controvérsia, apesar do ambiente cosmopolita da cidade de Paris.
Stravinsky quase que não insere motivos folclóricos, mas o carácter repetitivo e os pequenos motivos recorrentes em toda a obra transportam-nos para uma «memória folclórica inconsciente». Além do jogo de timbres conseguido pelo uso de uma grande orquestra, há um intenso jogo rítmico, onde as mudanças de métrica se vão sucedendo, jogo esse extremamente bem captado pela coreografia de Nijinsky.


O bailado está dividido em duas grandes partes: I. A adoração da Terra e II. O Sacrifício, sendo estas duas partes subdivididas.

I. A adoração da Terra
1. Introdução - A obra inicia-se com um solo de fagote no registo agudo. A sua métrica irregular confere-lhe um carácter de inquietude;
2. Os presságios de Primavera - Dança dos adolescentes - Violento e obsessivo staccato das cordas, com intervenções contrastantes do fagote;
3. Jogo do Rapto - Violência e vivacidade com intervenções agressivas dos metais;
4. Rondas de Primavera - Depois de dois episódios intensos, este jorovod com efeitos de politonalidade e dissonância;
5. Jogo das aldeias rivais - Dois temas diferentes que se transformam e quatro grupos temáticos;
6. Cortejo do Sábio - Procissão solene, mas de carácter violento;
7. Adoração da Terra - O Sábio - Apenas quatro compassos em pianissimo com notas sustentadas;
8. Dança da Terra - Grande crescendo a partir do desenho rítmico do timbale. A cena mais violenta da primeira parte.


II. O sacrifício
9. Introdução - Largo - Sobreposição de timbres e vozes, evocando o caos;
10. Círculos misteriosos das adolescentes - Repetição de motivos rituais, nas cordas, nas flautas, nas trompas, nas madeiras e nas cordas;
11. Glorificação da Eleita - Sensação de espasmos através das repentinas mudanças rítmicas
12. Recordações dos antepassados - Um coral que unifica a solenidade deste ritual e a perturbação pelas chamadas dos sopros;
13. Acção ritual dos antepassados - Ritmo 4/4 muito marcado pelo bombo e pelos timbales;
14. Dança sagrada - A Eleita - Dança do sacrifício, destinada a uma só personagem, a Eleita. O começo pausado culmina em várias sobreposições: rítmicas, tímbricas e métricas, acentuadas pela aceleração do tempo, dando a imagem do caos original.




Versão de 1987

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Uma nova imagem

Finalmente consegui que o Misurato ficasse com um "novo look"...
Apesar desta mudança, o cuidado com a divulgação da música erudita é o mesmo...
Por isso, espero que os fieis leitores continuem a visitar o Misurato e que novos cibernautas conheçam também este espaço, aproveitando as sugestões que dou para passar da melhor forma o seu tempo livre.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

...

Empreendi a árdua tarefa de mudar a imagem ao Misurato...
No entanto, são 4h da manhã e ainda não consegui deixar o blogue com a imagem que pretendo. Por isso, durante todo o fim de semana este blog vai ficar com uma configuração provisória!

Desculpem caros leitores...
Para a semana e para comemorar o seu primeiro aniversário, o Misurato estará online de "cara lavada"!
Obrigada pela compreensão...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Daphnis et Chloé

Daphnis et Chloé de Maurice Ravel foi encomendada por Diaghilev para os seus Ballets Russes em 1909, sendo estreada apenas três anos mais tarde no Théâtre du Châtelet, tendo Nijinska e Karsavina nos papéis principais. O carácter meticuloso do compositor chocou várias vezes com as concepções coreográficas de Fokine com quem trabalhou desde início, daí a demora em concluir este bailado de um só acto, dividido em três partes, que requer uma grande orquestra e um coro. A estreia a 8 de Junho de 1912 não obteve grande sucesso. Em parte devido à falta de ensaios, mas também pela estreia, dez dias antes, de L’áprès-mídi d’un Faune de Debussy com a sua chocante coreografia.
A primeira cena passa-se no bosque sagrado dedicado ao Deus Pan. Daphnis e Chloé entram no bosque onde distribuem oferendas pelas ninfas. No meio da dança, Daphnis é cercado por raparigas e Chloé por rapazes, sendo assediada por Dorcon que a tenta beijar, mas Daphnis, furioso, entra em disputa, acordando que quem dançar melhor merecerá um beijo de Chloé. A dança de Dorcon é bastante primitiva, ao contrário da de Daphnis que é repleta de movimentos graciosos. A vitória de Daphnis é unânime, deixando-o em êxtase. Entra, então, em cena Lycerion que o tenta atrair através da sua dança. Entretanto, sons de combate são ouvidos ao longe e entra um bando de piratas que perseguem as donzelas, acabando por raptar Chloé. Daphnis, sem poder salvar a sua amada, cai inanimado e as ninfas, na impossibilidade de o reanimar, chamam Pan.
Surge o segundo cenário. O esconderijo dos piratas. Daphnis que é levada ao encontro do chefe dos piratas é obrigada a dançar. O cenário enche-se de luzes e surgem em cena os Sátiros que cercam os piratas. É então que aparece o Deus Pan que consegue que os piratas fujam.
O bailado termina com o primeiro cenário, aparecendo Daphnis e Chloé juntos de novo, comemorando com uma cena mímica onde são evocados Pan e Syrinx. A cena termina com um grande bailado onde todos se juntam.
Maurice Ravel foi buscar a sua inspiração para esta história ao romance de Longus, um escritor grego, provavelmente proveniente da ilha de Lesbos. Devido ao nível de sofisticação da escrita deste autor e à sua talentosa capacidade de misturar a típica novela romântica grega e a poesia pastoral, muitos estudiosos posicionam-no no segundo período sofístico (século segundo d.C.).

Algumas imagens da época

2ª Parte - Royal Ballet - Covent Garden

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Petrushka - 1911

Stravinsky compôs Petrushka entre 1910 e 1911, mais uma vez para responder à encomenda de Diaghilev tendo, então, sido estreado no dia 13 de Junho de 1911 no Teatro Chatelet sob a direcção de Pierre Monteux e com Vasval Nijinsky no papel principal. O libreto é de Benois e a coreografia de Fokine. Este ballet em 4 cenas (I. A feira de Shrovetide; II: O quarto de Petrushka; III. O quarto de Moor; IV. A feira de Shrovetide) foi adaptado em 1914 para uma suite orquestral e, em 1945, Stravinsky novamente refaz a sua orquestração.
Esta é a história de uma marioneta tradicional russa muito usada nas festividades Shrovetide e que, apesar de feita de palha, tem vida e capacidade para amar. O compositor contribui, desta forma, para a «criação da autenticidade na representação das festividades Shrovetide, sugerindo a introdução do mascarado tradicional russo, embora o seu conhecimento acerca dele certamente adviesse através da participação do seu pai em O poder do amigo de Serov, no Teatro Mariinsky» (segundo Bartlett, in The Cambrige Companion to Stravinsky, 2003). A figura de Petrushka é recorrente desde muito cedo em teatros de carácter improvisatório, executados em feiras e no Carnaval na Rússia.
Depois de aberto o pano que, curiosamente, está decorado com a figura de um mágico sentado numa nuvem, a primeira cena passa-se num cenário de feira que, devido ao extraordinário trabalho de cenografia, espantou os espectadores na estreia, devido ao pormenor com que retratava o ambiente de feira urbana. Através da música, Stravinsky consegue espelhar bem a confusão que se instala na feira, aparecendo, então, o Mago com as marionetas de Petrushka, da bailarina e do mouro. Através da sua flauta, o Mago dá vida às suas marionetas que executam uma vigorosa dança russa, para espanto dos presentes.
A segunda cena passa-se no quarto de Petrushka. A escuridão desta dependência espelha o estado de espírito da marioneta e o retrato de Mago, aliás o único elemento decorativo neste ambiente soturno, faz com que Petrushka nunca se esqueça da sua condição de mera marioneta.
A terceira cena é passada no quarto do Mouro que, contrariamente ao de Petrushka, está ricamente decorado. A Bailarina é colocada na sala do Mouro ficando fascinada com a riqueza daquele quarto e esquecendo a declaração de amor que Petrushka lhe fizera. Petrushka, que havia conseguido sair do seu quarto, vê a Bailarina e o Mouro a dançar e decide atacar o Mouro que, não sendo abalado com o ataque de Petrushka, o persegue.
A última cena passa-se no ambiente de festividade inicial. Petrushka surge em cena perseguido pelo Mouro que o consegue agarrar e, por fim, matar. O Mago é chamado para acalmar a multidão, mas apenas sacode o cadáver, lembrando, mais uma vez, que Petrushka não passava apenas de uma marioneta. Com o cair da noite, o espírito de Petrushka é avistado no cimo do telhado do pequeno teatro de marionetas assombrando o velho Mago.
Mais uma vez, a perfeita fusão entre música, literatura, bailado e cenografia aponta-nos para o desejo de criar uma obra de arte una, muito ao jeito de Wagner e da sua “obra de arte total”. Benois havia prometido nunca mais trabalhar com os Ballets Russes após a estreia de Scherezade, mas depois de vários pedidos, decide elaborar a história em colaboração com o próprio Stravinsky que já tinha bastantes ideias acerca da música. A música foi criticada, mas é com Petrushka que Stravinsky começa a afirmar a sua linguagem musical, desligando-se do papel de “protegido” de Rimsky-Korsakov, apresentado um ponto de vista neo-nacionalista. Esta obra está carregada de canções folclóricas russas urbanas e rurais, sendo deliberada a adopção do estilo folclórico para criar algo inteiramente novo e diferente.
É no início do Séc. XX que se começa a acentuar o interesse pela música folclórica, aparecendo grupos de pesquisa e recolha um pouco por todo do mundo em busca do “autêntico”. Esse material serve, então, de inspiração para muitos compositores e Stravinsky é exemplo disso. Para a composição deste bailado, o compositor contou com a ajuda da recolha feita pelos etnógrafos Yuly Melgunov e Evgeniya Lineva que levaram a cabo uma pesquisa muito mais rigorosa do que as feitas anteriormente, fazendo uso do fonógrafo (certamente a invenção do século para estes estudiosos) e transcrevendo performances de grupos. A publicação destas transcrições, entre 1904 e 1909 permitiram pela primeira vez o estudo da música folclórica russa e forneceram a Stravinsky uma inspiração preciosa para este bailado.

Primeira cena

Segunda cena

Terceira cena

Quarta cena - final

sábado, 12 de julho de 2008

L'Oiseau de Feu

O início do Séc. XX é marcado pela grande procura da inovação, principalmente nas artes. Novas soluções artísticas começam agora a responder a esta necessidade. Diaghilev teve um papel fundamentar nesta busca pelo novo. Através dos seus Ballets Russes, este empresário convidou artistas que, apesar de quase desconhecidos na altura, hoje se apresentam como algumas das figuras mais marcantes deste início de século, tanto na música, como na pintura ou no bailado.
Um desses casos de sucesso é Igor Stravinsky (Oranienbaum 1882- Nova Iorque 1971). «Stravinsky nasceu na cúspide de duas eras distintas, num ponto fulcral na história cultural da Rússia.» (segundo Bartlett, in The Cambrige Companion to Stravinsky, 2003). O ano anterior ao nascimento de Igor havia sido marcado pela morte de Dostoevsky e Mussorgsky e pelo assassínio do Czar Alexandre II. Estes acontecimentos marcaram o fim de uma época de grandes reformas e de um relativo liberalismo. «Desta forma, Stravinsky nasceu numa altura de desânimo comum entre a população russa.» (Bartlett). Com a ascensão de Alexandre III, dá-se um período de russificação, marcado pela estagnação e pela repressão.
Igor cresceu num ambiente propício em termos culturais. O seu pai era cantor na Ópera Russa em São Petersburgo e tinha uma imensa colecção de livros e partituras. Assim, desde cedo que Stravinsky começa a ter lições particulares de piano e depois, ao mesmo tempo que estudava direito na sua cidade natal, tinha aulas teóricas, sendo seu professor Rimsky-Korsakov. As influências de Rimsky-Korsakov e da envolvente cultural da sua cidade foram enormes.
Convencido pela qualidade de jovens artistas que então surgiam na Rússia e que tinham como principal objectivo retirar o país do marasmo em que se encontrava, Diaghilev organiza uma série de exibições de arte russa em Paris.

A estreia deste bailado deu-se no dia 25 de Junho de 1910 na Ópera de Paris, sob a direcção de Gabriel Pierné, coreografia de Michel Fokine, cenários de Léon Bakst e Alexandre Golovine e nos papéis principais a bailarina Tamara Karsavina e o próprio Fokine. Está, assim, aberto o caminho a uma série de marcantes colaborações entre o compositor e os Ballets Russes.
No primeiro ensaio Stravinsky teve de explicar a música aos instrumentistas e aos bailarinos que, confusos com uma sonoridade tão inesperada, faltaram a todas as suas entradas. Até Pavlova que havia sido destacada para o papel principal desistiu, alegando que não compreendia a música.
Este bailado em duas cenas, baseado na lenda russa do Pássaro de Fogo, tem uma orquestração rica e com grande influência de Rimsky-Korsakov e do folclore russo, apesar das várias inovações que apresenta.
A história deste bailado centra-se na figura de um herói, o Príncipe Ivan Tsarevich que, enquanto vagueia pela floresta, encontra o mágico Pássaro de Fogo, acabando por captura-lo. Em troca da sua liberdade, o Pássaro de Fogo promete ajudar Ivan em qualquer situação de perigo. Mais tarde, o Príncipe encontra o castelo encantado de Kashchei – o Imortal, perdendo-se de amores por uma das 13 donzelas que encontravam prisioneiras no palácio. Entretanto, ela entra no castelo e Ivan, destroçado pela sua partida, decide persegui-la. Kashchei captura-o de imediato, mas o Príncipe, lembrando-se da promessa do Pássaro de Fogo, agita a pena que este lhe havia dado e, de imediato, o Pássaro aparece pondo Kashchei e os seus monstros a dançar uma frenética dança, caindo depois num sono profundo. O Pássaro de Fogo revela a Ivan qual o segredo da imortalidade do mágico rei, conduzindo-o à fonte de poder de Kashchei – um enorme ovo que contem a sua alma. Ivan quebra-o e o rei morre. Com a morte de Kashchei, desaparece também o castelo, libertando a donzela com quem Ivan acaba por casar.
A partir deste bailado, Stravinsky compôs mais três suites orquestrais em 1911, 1919 e 1945.
Apesar das críticas, principalmente ao nível da história, esta é uma obra de referência que dá ao jovem Stravinsky uma grande visibilidade no meio cultural parisiense, o mais importante de então.
As duas cenas estão divididas em 19 partes, sendo estas: 1. Introdução; 2. Primeira cena: O jardim encantado de Kashchei; 3. Aparição do Pássaro de Fogo a Ivan; 4. Dança do Pássaro de Fogo; 5. Ivan captura o Pássaro de Fogo; 6. O Pássaro de Fogo suplica a Ivan; 7. Aparecimento das 13 princesas encantadas; 8. O jogo das princesas com as maçãs de ouro; 9. Ivan aparece subitamente; 10. “Khorovode” (dança de roda); 11. Aurora; 12. O carrilhão mágico – Aparição dos monstros – Captura de Ivan; 13. Chegada de Kashchei – o Imortal – Diálogo com Ivan – As princesas intercedem; 14. Aparição do Pássaro de Fogo; 15. Dança de Kashchei sob o encantamento do Pássaro de Fogo; 16. Dança Infernal; 17. Canção de Embalar; 18. Kashchei acorda – Morte de Kashchei; 19. Segunda cena: Dissolução dos encantamentos de Kashchei e grande júbilo final.

O própio Stravinsky, em 1965, a dirigir a versão de 1945.

Dança do Pássaro de Fogo, por Diana Vishneva

O Pássaro de Fogo suplica a Ivan, pelo Royal Ballet

Dança infernal, pelo Royal Ballet

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Cronologia dos Ballets Russes

Temporada de 1909:
- Les Sylphides (originalmente: Chopinian) – Coreografia: Fokine; Música: Chopin

- Le Pavillon d'Armide
– Coreografia: Fokine; Música: Tcherepnine; Cenário e Adereços: Alexandre Benois


- Le Festin, suite de danses – Coreografia: Fokine; Música: Vários compositores russos

- Polovtsian Dances from Prince Igor
– Coreografia: Fokine; Música: Borodine; Cenário e Adereços: Nicholas Roerich

- Cléopâtre
– Coreografia: Fokine; Música: Arensky e vários compositores russos; Cenários e Adereços: Léon Bakst


Temporada de 1910:
- Les Orientales – Coreografia: Fokine; Música: Vários compositores russos

- Carnaval
– Coreografia: Fokine; Música: Robert Schumann ; Cenários e Adereços: Léon Bakst

- Schéhérazade
– Coreografia: Fokine; Música: Rimsky- Korsakov; Cenários e Adereços: Léon Bakst

- L'Oiseau de Feu
– Coreografia: Fokine; Música: Stravinsky ; Cenários e Adereços: Léon Bakst e Alexandre Golovine

Temporada de 1911:
- Pétroushka – Coreografia: Fokine; Música: Stravinsky; Cenários e Adereços: Alexandre Benois

- Le Spectre de la Rose
– Coreografia: Fokine; Música: C. M. Von Weber; Cenários e Adereços: Léon Bakst


- Narcisse
– Coreografia: Fokine; Música: Tcherepnine

- Sadko
– Coreografia: Fokine; Música: Rimsky-Korsakov







Temporada de 1912:

- Le Dieu Bleu – Coreografia: Fokine; Música: Hahn; Cenários e Adereços: Léon Bakst

- L’aprés-midi d’un faune
– Coreografia: Nijinsky; Música: Debussy; Cenários e Adereços: Léon Bakst e Odilon Redon


- Daphnis et Chloé
– Coreografia: Fokine; Música: Ravel; Cenários e Adereços: Léon Bakst

- Thamar
– Coreografia: Fokine; Música: Balakirev; Cenários e Adereços: Léon Bakst

Temporada de 1913:
- Jeux
– Coreografia: Nijinsky; Música: Debussy; Cenários e Adereços: Léon Bakst

- Le Sacre du Printemps
– Coreografia: Nijinsky ; Música: Stravinsky; Cenários e Adereços: Nicholas Roerich


Temporada de 1914:
- La légende de Joseph – Coreografia: Fokine; Música: Richard Strauss; Cenários e Adereços: Léon Bakst

- Tragédie de Salomè
– Coreografia: Romanov; Música: Schimtt; Cenários e Adereços: Sudeykin

- Le Coq d’Or
– Coreografia: Fokine; Música: Rimsky-Korsakov; Cenários e Adereços: Natalia Goncharova