Depois de completar três anos de existência, mais uma vez o Misurato muda de aparência...

Mas, para variar, o objectivo principal deste Blog continua a ser o mesmo: divulgar a actividade musical em Portugal... Concertos, Festivais, Congressos, Conferências, Concursos, Novidades, Publicações...

Mas como não é fácil estar sempre em cima do acontecimento e às vezes o tempo acaba por escassear, qualquer sugestão dos leitores é uma mais valia para este Blog.

Deixem os vossos comentários e sugestões!

A todos os que são habituais seguidores e àqueles que visitam o Misurato pela primeira vez, Muito Obrigada pela Visita!!!!

sábado, 26 de outubro de 2013

Festival RTP da Canção


O Festival RTP da Canção (FRTPC) é o concurso televisivo com maior longevidade em Portugal. A primeira edição do então Grande Prémio da Canção Portuguesa, em 1964, a partir dos Estúdios da RTP no Lumiar, possibilitou a participação portuguesa no Festival Eurovisão da Canção, organizado pela plataforma de troca de conteúdos televisivos - a Eurovisão desde 1956. Nos quase quarenta anos de história, o Festival RTP da Canção divulgou nas fases finais cerca de 450 canções originais e inéditas, proporcionando a visibilidade de mais de 400 cantores e mobilizando milhares de artistas e técnicos. Este concurso atravessou os momentos cruciais da história portuguesa recente, acompanhando a transição da ditadura para a democracia. Ao longo deste período, a televisão foi veículo de novas ideias e, consequentemente, o Festival foi reflexo das mudanças políticas e sociais.
Em 2013, alegando condicionantes económicas, a RTP toma a decisão de não realizar a 49.ª edição do concurso.


Com a investigação que estou a realizar para a minha Tese de Doutoramento, pretendo perceber qual a importância deste concurso aos níveis nacional e internacional, abordando este fenómeno musical de diferentes prismas, com base em conceitos como identidade, national display, national branding, entre outros.

Tenho estado a recolher o máximo de informação possível e, por isso, aproveito este espaço para pedir o apoio dos leitores do Misurato... Qualquer informação é um contributo importante...


Desde já, muito obrigada!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

2. º Seminário Música, teoria crítica e comunicação (MTCC)

Relembro o 2.º Seminário Música, teoria crítica e comunicação. A próxima sessão decorrerá no dia 26 de Junho, quarta-feira, pelas 16h, na Sala 1.06 do Edifício I&D da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
A entrada é livre.

Luís Santos, Os discursos críticos em torno do Concurso de Música Portuguesa organizado pela Sociedade de Música de Câmara em 1909


Mariana Calado, Correspondência entre Francine Benoît e Francisco Fernandes Lopes


Helena Lopes Braga, A três: Francine Benoît, Arminda Correia e Maria da Graça Amado da Cunha


Fico muito contente por ver estes meus colegas (já de alguns anos) a divulgar a sua produção científica...



quinta-feira, 13 de junho de 2013

"Building Bridges": Celtic Music Festivals in Galicia and Northern Portugal

No próximo dia 20 de Junho, pelas 18 horas, no Auditório 3 (Piso 5, Torre B) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, o Colóquio  "Building Bridges": Celtic Music Festivals in Galicia and Northern Portugal, por Salwa Castelo-Branco, Dulce Simões, Ana Alarcón (INET-MD) e Susana Moreno (Universidad de Valladolid).

Mais Informações: Website INET-MD



segunda-feira, 3 de junho de 2013

Até que enfim...

Normalmente não publico posts acerca de política... Mas isto vai para além da política...

Alguém com dados credíveis, com um discurso objectivo... Com questões de fundo...

Estou a ver... E por enquanto recomendo...

CANA Q (do meo): O que fica do que passa - T.4 - Ep.35 com Raquel Varela.
http://videos.sapo.pt/rc2rKJHQsyYoeVo6pC47

Colóquio Internacional: Instrumental Music in the Iberian World 1760-1820

De 14 e 15, na Fundação Calouste de Gulbenkian, e dia 16 de Junho, na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, realiza-se o Colóquio Internacional Instrumental Music in the Iberian World 1760-1820, numa organização da Universidade de Évora (UnIMeM: Projecto de Investigação “Estudos de Música Instrumental 17551840”), da Universidad de La Rioja (Grupo de Investigación “Música en España en la Edad Moderna”) e da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/INETMD: Grupo de Investigação “Música Erudita na perspectiva dos Estudos Culturais”).




´
O Grupo de Investigação “Música Erudita na perspectiva dos Estudos Culturais" do INET-MD que enquadra o projecto científico “Estudos de Música Instrumental, 1755-1840”, financiado pela FCT, «enquadrado pela Unidade de Investigação de Música e Musicologia (UnIMeM) da Universidade de Évora com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, propõe-se estudar (a) fontes e fundos musicais, com consequente catalogação disponibilizada em base digital de acesso livre; (b) os reportórios; (c) a circulação da música e dos músicos; (d) a estrutura dos mercados da música e dos instrumentos em Portugal; (e) os diferentes contextos de apresentação da música instrumental

No site deste Grupo poderá encontrar mais informações acerca do Colóquio.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Revista Glosas


«A glosas é uma revista quadrimestral dedicada à divulgação do património musical de cultura lusófona, com destaque para a música de tradição erudita ocidental.
Dirige-se a um público diversificado, desde o melómano ao músico profissional, procurando assim reunir todos os cidadãos na redescoberto do passado e na mútua construção do presente.»

Acesso em Linha...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Morre o realizador do Zip-Zip


Partilho convosco o artigo publicado pelo Jornal O Público, no dia 6 de Abril, por Jorge Mourinha e Marisa Soares.
«Antes de cada nova emissão, dizia aos colegas: “Fala o comandante, vamos levantar voo”. Quando abandonou a RTP em 2007, disse: “Meus senhores, vamos aterrar”. Luiz Andrade, uma das figuras-chave da televisão em Portugal, faleceu ao início da tarde deste sábado em Lisboa, onde se encontrava hospitalizado há alguns dias.
A RTP era a sua “família” e, mesmo depois de se ter “reformado” da estação continuava a ser “da família”. Não apenas por os seus três filhos terem feito carreira no canal público – Serenella, locutora e apresentadora, Hugo, responsável pelo canal de cabo RTP Memória, promovido a actual director de programas, e Ricardo, também profissional da estação.



É que, como com poucos outros, a história da televisão em Portugal é indissociável dos 44 anos que Luiz Andrade passou na RTP, de 1963 a 2007. “A minha mulher costuma dizer que eu me casei com a RTP e não com ela”, disse quando abandonou a direcção de programas em 2005. Num comentário feito à Antena 1, Margarida Mercês de Mello, que conviveu com Andrade quando se iniciou na estação na década de 1970 como locutora de continuidade, lamentava que não existisse nenhum registo das recordações do antigo realizador e director de programas, que esteve ligado a algumas das emissões mais memoráveis do canal.

Foto: Revista Rádio e Televisão, 17/05/1969

É o caso do lendário Zip-Zip de Carlos Cruz, José Fialho Gouveia e Raul Solnado, verdadeiro símbolo televisivo da Primavera Marcelista, que se tornou num fenómeno sem paralelo no Portugal de 1969 e cuja primeira emissão foi para o ar sem ensaio prévio. Ou ainda do concurso A Visita da Cornélia, apresentado por Solnado e criado pelo actor e por Fialho Gouveia, que fez parar o país em 1977.

Andrade dirigiu igualmente os Jogos sem Fronteiras, uma dúzia de edições doFestival RTP da Canção, programas como o Sabadabadu (com Ivone Silva e Camilo de Oliveira) e muitos especiais musicais, para os quais os seus estudos provaram ter especial importância. O realizador começou por ser cantor de ópera, profissão que exerceu um pouco por todo o mundo durante oito anos, antes de decidir abandonar o canto. Pouco depois do regresso definitivo a Lisboa, em 1963, foi convidado para se juntar à RTP, convite que aceitou com a exigência de ir “ver como se fazia lá fora”, visitando no processo várias televisões europeias.

Ao longo de quase meio século, Andrade exerceu igualmente uma série de cargos administrativos dos quais o mais importante terá sido a responsabilidade pela programação ao longo de vários períodos a partir de 1983, o último dos quais entre 2002 e 2005. Num texto colocado na rede social Facebook, Nuno Santos, que foi adjunto de Andrade durante esse período e lhe sucedeu como director de programas em 2005, lamenta o desaparecimento de um “príncipe da televisão”, um “(quase) pioneiro” a quem a RTP devia muito.

Com a morte de Luíz Andrade perdeu-se "um romântico", afirmou à Lusa o apresentador de televisão Júlio Isidro, sublinhando que partiu "a pessoa que mais amava a RTP na história destes 56 anos de televisão em Portugal". Isto porque o realizador tinha "um profundo amor pela sua casa, a casa em que nunca deixou de participar mesmo nestes anos em que já estava teoricamente afastado", recordou.

A colaboração de Luíz Andrade com a RTP terminou com a coordenação das comemorações do 50º aniversário da RTP em 2007, sendo agraciado em 2008 com a Ordem de Mérito atribuída pelo Presidente da República. Em entrevista há ano e meio à revista Nova Gente, manifestava-se contra a eventual privatização da estação, entendendo que o serviço público devia “servir as pessoas, educar e promover a cultura” e que devia passar ao lado da guerra das audiências.

Em comunicado, o Conselho de Administração da RTP lembra que Andrade era "dos profissionais mais respeitados da televisão portuguesa" e que "a ele se devem muitos dos bons momentos de televisão a que gerações de portugueses assistiram e que ainda recordam". Recordando que o antigo director de programas era "dotado de um trato exemplar" e que era "muito querido de todos os colegas e de quantos com ele trabalharam", a administração da RTP sublinha: "Hoje Portugal e a RTP ficam mais pobres."

O corpo de Luíz Andrade vai estar em câmara ardente na Igreja de São João de Deus, na Praça de Londres, em Lisboa, a partir das 11h30. O funeral está marcado para segunda-feira: a missa é às 9h30 e o corpo segue depois para o cemitério do Alto de São João, às 10h30.»


Seminário Música, Teoria Crítica e Comunicação


Na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa, entre Abril e Junho, organizado pelo Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical
Mais informações: CESEM
11 de Abril
João Pedro CachopoA ópera nos olhos do cinema: duas leituras de Fitzcarraldo e de E la nave va em discussão
Mário Vieira de Carvalho
A música e o regime estético 
download cartaz

16 de Maio
Ladan Eftekhari, Hâfez e Szymanowski: Les chants d'amour
Ana Brinca, 
Música entre 'dois mundos' ‐ para uma análise holística dos conceitos e processos significantes da música 'não autónoma' em campos nazis
download cartaz

12 de Junho
Bruno CaseirãoPara uma (re) interpretação do mito de Fausto ‐ uma ponte entre literatura e música
Rosa Paula Rocha PintoEm digressão: os Bailados Portugueses Verde Gaio em Madrid (1943) e Paris (1949)

20 de Junho
Luís SantosOs discursos críticos em torno do Concurso de Música Portuguesa organizado pela
Sociedade de Música de Câmara em 1909

Mariana CaladoCorrespondência entre Francine Benoît e Francisco Fernandes Lopes
Helena Lopes BragaA três: Francine Benoît, Arminda Correia e Maria da Graça Amado da Cunha
download cartaz


4 de Julho

Paulo Ferreira de Castro, La musique au second degré: sobre a teoria da transtextualidade de Gérard Genette e a sua relevância musical
Manuela Toscano, Debussy, Lili Boulanger, Maurice Denis. Imagens do pairante
download cartaz

18 de Julho
Rui Magno PintoOs poemas sinfónicos de juventude de Luís de Freitas Branco
João RomãoO papel da Orquestra Gulbenkian no processo de institucionalização da Fundação
Calouste Gulbenkian e as mediações com os agentes do meio musical lisboeta

Paula Gomes RibeiroLa musique est une sociologie: sobre as paixões de Antoine Hennion e as
transformações dos padrões de sociabilidade
download cartaz

Coordenação científica: Paula Gomes Ribeiro, Paulo Ferreira de Castro
Comissão organizadora: Helena Braga, João Romão
Informações: cesem@fcsh.unl.pt, cesemltcc@gmail.com


sábado, 16 de março de 2013

«Duas horas vivas numa TV morta»: Zip-Zip, Música e Televisão no preâmbulo da democracia em Portugal

Realmente já devia ter postado esta mensagem há imenso tempo...


Defendida no dia 19 de Junho de 2012 (na FCSH-UNL), esta é a minha dissertação de Mestrado: «Duas horas vivas numa TV morta»: Zip-Zip, Música e Televisão no preâmbulo da democracia em Portugal, orientada pelo Professor Doutor João Soeiro de Carvalho.


Esta dissertação resulta do trabalho de investigação que realizei entre 2009 e 2012, não só sobre a importância deste programa no panorama musical do final da década de 1960, como inclusivamente sobre a história da televisão em Portugal e a história da canção de intervenção. Para além da pesquisa bibliográfica e da pesquisa na imprensa da época, foram fundamentais as entrevistas realizadas com os intervenientes neste programa (tanto da produção do programa como os intérpretes presentes) que se mostraram sempre disponíveis para colaborar e cuja colaboração foi fundamental para a construção deste trabalho.



Sobre este trabalho foram já apresentadas três comunicações em conferências (ver: INET-MD).





(à esq. Amália Rodrigues no Zip-Zip, Junho 1969; à dir. Francisco Fanhais no Zip-Zip, Julho, 1969)

RESUMO:
«A 26 de Maio de 1969 surge na televisão portuguesa o primeiro talk-show da RTP. Num formato televisivo inovador em Portugal, o Zip-Zip combinou eficazmente a música, as entrevistas e os sketches humorísticos. Com produção e apresentação de Raul Solnado, Carlos Cruz, Fialho Gouveia e José Nuno Martins, o Zip-Zip dá um espaço relevante a novos intérpretes, novos géneros e novos formatos performativos. Em palco, a Orquestra-Zip - um combo de Jazz formado por experientes músicos dirigidos por Thilo Krassman. O programa traz assim algumas horas de vida a uma TV que, no entender de Mário Castrim, se encontrava “morta”. O programa surge num clima de turbulência social ao nível internacional e numa época marcada pela expectativa de mudança política em Portugal, que alguns intitularam “Primavera Marcelista”, mas que outros pensam não ter sido mais que um “Outono” do Regime. A presente dissertação tem como objectivo demonstrar de que forma um programa televisivo, o Zip-Zip, aparece como um instrumento privilegiado na transformação dos modelos televisivos da música em Portugal, de que forma veiculou a chamada canção de intervenção e de que modo se afigurou enquanto espaço de difusão de novos intérpretes. Utiliza, em particular, a discussão de Simon Frith na abordagem aos modelos de mediação musical; o quadro conceptual discutido por Côrte-Real relativamente ao comportamento expressivo; e aborda também a problemática da censura durante o Estado Novo.»


O trabalho sobre o Zip-Zip ainda vai continuar...
O trabalho sobre a relação entre música e a televisão portuguesa também... Segue-se o Doutoramento.