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sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Jean Sibelius - Finlândia, poema sinfónico, Op. 26



É com as tardes quentes de Verão que aproveitamos para ler os livros e para ouvir a música que durante todo o ano não conseguimos ler nem ouvir… Daí que o meu primeiro artigo seja uma sugestão de audição. Não há uma razão em especial para que a primeira obra que vos apresente seja esta, no entanto, considero que se enquadra muito bem nestas tardes quentes e ociosas, onde somos quase obrigados a descansar...

É num ambiente político e culturalmente conturbado que surge a figura de Jean Sibelius (1866-1957), a chamada “voz” do nacionalismo finlandês do fim do século XIX e início do século XX. Depois dos seus primeiros trabalhos influenciados pelo classicismo vienense e pelo romantismo inicial, Sibelius logo descobre os modelos nórdicos de Grieg e o espírito nacionalista. São as suas viagens a Berlim, Leipzig e Viena que lhe proporcionam o contacto com a música de cultura germânica, dando-se, então, um momento de viragem na sua produção musical, onde procura um estilo musical próprio, mais aproximado à cultura finlandesa e, de certo modo, mais progressivo. Mas a definição do seu estilo musical não se prende apenas com a tentativa de criar algo novo, sendo de extrema importância a cultura finlandesa, a conjuntura política e social que tanto o preocupavam e os debates estéticos que tinha frequentemente com um grupo de intelectuais pró-Finlândia
No Outono de 1899, Sibelius é convidado a compor a música para uma série de seis quadros que retractavam episódios da história e dos heróis finlandeses e que seriam apresentados numa “manifestação” a favor da autonomia do território finlandês que então se encontrava sob o domínio russo. Desta proposta surgem seis poemas sinfónicos, cujo número final, com o título O despertar da Finlândia, foi adaptado no ano seguinte e transformado numa peça de concerto independente, sendo estreada no ano de 1901 em Helsínquia. Após alguns problemas com a escolha do título, é a boa aceitação do público e esta importante ligação com as aspirações de liberdade do povo finlandês que proporcionam que o título definitivo seja o que hoje conhecemos: Finlândia. Atendendo às características gerais do género (o poema sinfónico), Sibelius estabelece uma importante comunicação com o público, mais do que a mera representação pictórica do quadro que tem como "base", conseguindo de uma forma excepcional a exaltação dos sentimentos nacionalistas.
É a sua energia e, ao mesmo tempo, toda a sua solenidade que fazem deste tema o mais conhecido de Sibelius, ao mesmo tempo que é, indiscutivelmente, um símbolo patriótico para todos os finlandeses.

Aproveitem, então, uma tarde destas para ouvir este belíssimo tema…

2 comentários:

Anónimo disse...

olá.gostei do texto mas sabes como posso escutá-lo?
obrigado

Anónimo disse...

Gostaria de saber se em vida Jean Sibelius, deixou declaração de dominio publico de sua obra musical?