Mais uma vez, vou falar-vos de uma composição de Stravinsky, não só por ser um dos meus compositores favoritos, mas também porque muita gente já ouviu a sua música, mas pouco sabe sobre ela.
Com este bailado, o compositor reinventa, mais uma vez, a cultura popular russa, evocando os rituais pagãos da chegada da Primavera. Como várias outras obras desta companhia, também a estreia de A Sagração da Primavera, em 1913, foi marcada pela controvérsia, apesar do ambiente cosmopolita da cidade de Paris.
Stravinsky quase que não insere motivos folclóricos, mas o carácter repetitivo e os pequenos motivos recorrentes em toda a obra transportam-nos para uma «memória folclórica inconsciente». Além do jogo de timbres conseguido pelo uso de uma grande orquestra, há um intenso jogo rítmico, onde as mudanças de métrica se vão sucedendo, jogo esse extremamente bem captado pela coreografia de Nijinsky.
Stravinsky quase que não insere motivos folclóricos, mas o carácter repetitivo e os pequenos motivos recorrentes em toda a obra transportam-nos para uma «memória folclórica inconsciente». Além do jogo de timbres conseguido pelo uso de uma grande orquestra, há um intenso jogo rítmico, onde as mudanças de métrica se vão sucedendo, jogo esse extremamente bem captado pela coreografia de Nijinsky.
O bailado está dividido em duas grandes partes: I. A adoração da Terra e II. O Sacrifício, sendo estas duas partes subdivididas.
I. A adoração da Terra
1. Introdução - A obra inicia-se com um solo de fagote no registo agudo. A sua métrica irregular confere-lhe um carácter de inquietude;
2. Os presságios de Primavera - Dança dos adolescentes - Violento e obsessivo staccato das cordas, com intervenções contrastantes do fagote;
3. Jogo do Rapto - Violência e vivacidade com intervenções agressivas dos metais;
4. Rondas de Primavera - Depois de dois episódios intensos, este jorovod com efeitos de politonalidade e dissonância;
5. Jogo das aldeias rivais - Dois temas diferentes que se transformam e quatro grupos temáticos;
6. Cortejo do Sábio - Procissão solene, mas de carácter violento;
7. Adoração da Terra - O Sábio - Apenas quatro compassos em pianissimo com notas sustentadas;
8. Dança da Terra - Grande crescendo a partir do desenho rítmico do timbale. A cena mais violenta da primeira parte.
II. O sacrifício
9. Introdução - Largo - Sobreposição de timbres e vozes, evocando o caos;
10. Círculos misteriosos das adolescentes - Repetição de motivos rituais, nas cordas, nas flautas, nas trompas, nas madeiras e nas cordas;
11. Glorificação da Eleita - Sensação de espasmos através das repentinas mudanças rítmicas
12. Recordações dos antepassados - Um coral que unifica a solenidade deste ritual e a perturbação pelas chamadas dos sopros;
13. Acção ritual dos antepassados - Ritmo 4/4 muito marcado pelo bombo e pelos timbales;
14. Dança sagrada - A Eleita - Dança do sacrifício, destinada a uma só personagem, a Eleita. O começo pausado culmina em várias sobreposições: rítmicas, tímbricas e métricas, acentuadas pela aceleração do tempo, dando a imagem do caos original.
3 comentários:
Ola Sofia!
A nova imagem do teu blog está muito boa. E...como sempre...o teu blog continua com grande qualidade.
Gostei muito!
Beijinhos. Lucinda
Olá Lucinda! =)
Sei que és uma fiel leitora do misurato...
Obrigada pelo comentário! Os teus comentários são sempre preciosos!
Tenho certeza que continuarás a visitar o blog! =)
BEIJINHOS!!!!!!
SAUDADESSSSSSSSSSSS AMIGA!
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