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terça-feira, 4 de setembro de 2007

GRIEG... 100 ANOS DEPOIS...


De descendência inglesa, influenciado a estudar piano pela sua mãe, também ela professora de piano, este compositor cedo se familiarizou com os compositores germânicos, como Mozart, Beethoven, Weber e Chopin, mas fundamentalmente com Schumann, mais propriamente aquando da sua estadia em Leipzig onde, com apenas 15 anos de idade, estudou no conservatório. Mas é em Copenhaga que conhece nomes importantes que o transportam para a cultura musical escandinava, destacando-se a figura do violinista Ole Bull. Numa altura em que o panorama musical era dominado, principalmente, pela música de cultura germânica, Edvard Grieg assume um papel fundamental na criação de uma cultura musical erudita norueguesa. Apesar deste território só conseguir a sua independência após a sua morte, Grieg assumiu um papel relevante também como humanista, na luta pelos direitos humanos e pelos direitos das minorias. É o seu espírito profundamente romântico que o faz encontrar na música popular norueguesa uma abundância de oportunidades para transformar o seu anseio de comunicar com a sociedade numa realidade. Grieg descobre na arte e no próprio artista uma possibilidade de impulsionar a luta pelos direitos humanos e pela liberdade individual e de expressão. Aliás, a sua preocupação pela organização de concertos públicos é bastante importante não só na divulgação da sua obra, como também na divulgação da obra de outros compositores noruegueses. Após uma série de viagens e de composições dos mais variados géneros, Grieg começa os seus planos para a criação de uma ópera baseada em temáticas norueguesas com a parceria do escritor Bjornson, no entanto, o convite feito pelo dramaturgo Henrik Ibsen para a composição da música para o texto dramático Peer Gynt levou mais tempo que o esperado, fazendo com que, tanto o compositor como Bjornson, deixassem o projecto operático. Além das inúmeras viagens que fez pela Europa e que lhe deram uma visão mais alargada do panorama musical, Grieg recebeu várias distinções, incluindo o doutoramento Honoris Causa nas universidades de Oxford e Cambridge, sendo, também, de salientar os seus trabalhos de crítica musical. A sua influência como compositor é enorme e encontra-se em nomes como Debussy e Ravel (este refere mesmo: «Nunca escrevi um único trabalho que não tivesse sido influenciado por Grieg») e por volta de 1900 era já um dos compositores mais conhecidos, tanto nas casas particulares como nas salas de concerto da Europa Ocidental.
Já aos 63 anos de idade a sua saúde sofre um grande abalo, no entanto, durante o seu último ano de vida ainda faz uma viagem por Copenhaga, Munique, Berlim e Kiel, mas não resiste e acaba por falecer a 4 de Setembro de 1907, sendo o seu funeral é um “acontecimento” nacional.
Os seus trabalhos são dos mais variados géneros, desde obras dramáticas, a obras para piano solo, ou até mesmo para piano a oito mãos, aparecendo em diversos concertos tanto como pianista a solo, como acompanhando cantores, daí que as obras para piano ocupem um lugar de destaque na sua produção musical. No entanto, as suas canções expressam a sua enorme compreensão das capacidades da voz humana.

Deixo-vos uma lista de algumas obras deste compositor para que possam ficar com um panorama da sua produção musical:
- Suite Peer Gynt (nº1, Op. 46 e nº2, Op. 55)
- Concerto para Piano em Lá menor, Op. 16
- Sonata para Violino, nº 1, em Fá Maior, Op. 8
- Sinfonia em Dó menor
- Sonata para Piano em Mi menor, Op. 9
- Quatro Danças Norueguesas, para piano a quatro mãos, Op. 35

… Entre muitas outras…

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