Realmente já devia ter postado esta mensagem há imenso tempo...

Esta dissertação resulta do trabalho de investigação que realizei entre 2009 e 2012, não só sobre a importância deste programa no panorama musical do final da década de 1960, como inclusivamente sobre a história da televisão em Portugal e a história da canção de intervenção. Para além da pesquisa bibliográfica e da pesquisa na imprensa da época, foram fundamentais as entrevistas realizadas com os intervenientes neste programa (tanto da produção do programa como os intérpretes presentes) que se mostraram sempre disponíveis para colaborar e cuja colaboração foi fundamental para a construção deste trabalho.
Sobre este trabalho foram já apresentadas três comunicações em conferências (ver: INET-MD).
(à esq. Amália Rodrigues no Zip-Zip, Junho 1969; à dir. Francisco Fanhais no Zip-Zip, Julho, 1969)
RESUMO:
«A 26 de Maio de 1969 surge na televisão portuguesa o primeiro talk-show da RTP. Num formato televisivo inovador em Portugal, o Zip-Zip combinou eficazmente a música, as entrevistas e os sketches humorísticos. Com produção e apresentação de Raul Solnado, Carlos Cruz, Fialho Gouveia e José Nuno Martins, o Zip-Zip dá um espaço relevante a novos intérpretes, novos géneros e novos formatos performativos. Em palco, a Orquestra-Zip - um combo de Jazz formado por experientes músicos dirigidos por Thilo Krassman. O programa traz assim algumas horas de vida a uma TV que, no entender de Mário Castrim, se encontrava “morta”. O programa surge num clima de turbulência social ao nível internacional e numa época marcada pela expectativa de mudança política em Portugal, que alguns intitularam “Primavera Marcelista”, mas que outros pensam não ter sido mais que um “Outono” do Regime. A presente dissertação tem como objectivo demonstrar de que forma um programa televisivo, o Zip-Zip, aparece como um instrumento privilegiado na transformação dos modelos televisivos da música em Portugal, de que forma veiculou a chamada canção de intervenção e de que modo se afigurou enquanto espaço de difusão de novos intérpretes. Utiliza, em particular, a discussão de Simon Frith na abordagem aos modelos de mediação musical; o quadro conceptual discutido por Côrte-Real relativamente ao comportamento expressivo; e aborda também a problemática da censura durante o Estado Novo.»
O trabalho sobre a relação entre música e a televisão portuguesa também... Segue-se o Doutoramento.